A Rússia tem de retirar-se de todas as grandes cidades da Geórgia, segundo o acordo de paz assinado, apesar de condições autorizando "medidas de segurança adicionais", diz uma carta enviada pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, ao líder da Geórgia, Mikhail Saakasvhili.
"Como especifiquei em nossa entrevista conjunta à imprensa em Tbilisi, estas 'medidas de segurança adicionais' somente podem ser implementadas na proximidade imediata da Ossétia do Sul e excluem qualquer outra parte do território georgiano", diz a carta, tornada pública pelo gabinete de Sarkozy.
O acordo firmado esta semana pela França autoriza as forças russas a adotar temporariamente medidas adicionais de segurança até a chegada de forças de paz internacionais --as quais dependem da aprovação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.
Permanece a incerteza sobre quanto tempo levará a Rússia para retirar as tropas e até onde elas irão. Neste sábado (16), a Geórgia acusou as tropas russas de cortarem a principal ligação ferroviária leste-oeste do país ao explodirem uma ponte em plena luz do dia.
A Rússia negou que suas forças tenham sido responsáveis pela destruição da ponte.
A carta de Sarkozy diz que, segundo o acordo, as forças russas não seriam autorizadas a permanecer em nenhuma das grandes cidades fora da Ossétia do Sul e o transporte rodoviário e ferroviário deverá ser assegurado.
"Mais precisamente, estas 'medidas' só podem ser implementadas dentro de uma zona de poucos quilômetros dos limites administrativos entre a Ossétia do Sul e o restante da Geórgia, de tal modo que nenhum grande centro urbano aí esteja incluído --estou pensando em particular na cidade de Gori", diz a carta.
"Arranjos especiais terão de ser definidos para garantir a liberdade de movimento pelas rotas rodoviárias e ferroviárias da Geórgia," afirma o texto.