Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Dmitry Medvedev, firmaram ontem um importante acordo, comprometendo-se a reduzir os estoques de armamentos dos seus países. O documento fortalece a ação de Obama por um mundo sem armas nucleares.
O novo Tratado Estratégico de Redução de Armas (Start, na sigla em inglês) prevê que os ex-rivais da Guerra Fria tenham no máximo 1.550 ogivas nucleares. O número é cerca de 30% menor que o estabelecido em 2002. Também foram impostos limites aos mísseis balísticos intercontinentais, necessários para lançar as ogivas em caso de ataque.
Fechado após meses de duras negociações, o acordo foi finalizado pelos líderes em Praga. Depois de uma reunião privada, Obama e Medvedev sentaram-se lado a lado para firmar o documento, visto também como importante passo para o "relançamento" da muitas vezes abalada relação bilateral.
Obama qualificou o evento como "extraordinário" e um "importante marco" para as tentativas de restringir o uso de armas nucleares. Ele qualificou o tratado como "um passo em uma jornada mais longa, que estabelecerá as condições para cortes maiores".
"Toda a comunidade mundial ganha (com a medida)", acrescentou o presidente russo.
O documento firmado pelos presidentes precisa ser ratificado pelos legisladores dos dois países. O texto deve substituir o Start de 1991, que expirou em dezembro passado.
Em Praga, exatamente 12 meses atrás, Obama fez um histórico discurso se comprometendo com a meta de um mundo sem armas nucleares. Ontem, ele reafirmou o comentário de um ano atrás segundo o qual o desarmamento é "um objetivo de longo prazo, que não será alcançado enquanto eu estiver vivo".
O documento é firmado em um ano importante para as tentativas de se evitar a proliferação nuclear, quando a comunidade internacional pressiona a Coreia do Norte para se desarmar e o Irã para restringir seu programa nuclear.
Dificuldades
As negociações para o atual tratado foram atrapalhadas por vários fatores, em especial pelo projeto dos Estados Unidos de instalar um sistema antimísseis no Leste Europeu.
Moscou via essa iniciativa como uma ameaça direta ao país, apesar de Washington citar que o alvo era apenas o Irã. Agora, Obama disse que os dois lados concordaram em ampliar as conversas sobre um plano de defesa dos EUA para a Europa.
A Rússia já afirmou que pode desistir do novo tratado, caso se sinta ameaçada pelo sistema de defesa dos EUA.