Um acordo que estaria sendo acertado entre o governo do Líbano e o Hezbollah permitiria que a milícia xiita continuasse a esconder armas no Sul do país, região que está sendo desocupada pelas forças de Israel. A afirmação, feita pelo jornal árabe baseado em Londres "Al-Hayat", viola a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU para pôr fim ao conflito entre as tropas israelenses e os guerrilheiros islâmicos.
De acordo com a resolução, apenas o Exército libanês e as forças internacionais da ONU teriam o direito de manter armas na região entre Israel e o Rio Litani, a cerca de 20 quilômetros dentro do território do Líbano.
O ministro da Defesa do Líbano, Elias Murr, disse que o Exército do seu país não vai desarmar o Hezbollah no Sul libanês, informou nesta terça-feira a edição eletrônica do jornal "Haaretz".
"Não vamos fazer o trabalho que Israel não fez", comentou Murr ao canal LBC.
Cerca de 15 mil soldados libaneses serão enviados ao norte do Rio Litani, a 20 quilômetros da fronteira com Israel, até o fim desta semana. Eles ficariam na região esperando para ocupar o Sul do Líbano, de acordo com resolução aprovada pela ONU.O Exército de Israel pretende sair do Sul do Líbano dentro de sete a dez dias
Apesar do processo estabelecido pela ONU estar em marcha, o Hezbollah e Israel, que concordaram com o cessar-fogo, continuaram a trocar hostilidades nas primeiras horas desta terça-feira (no horário local).
Nesta terça-feira, Bashar Assad, presidente da Síria, país que daria apoio financeiro e militar ao Hezbollah, disse que o Oriente Médio mudou "por causa das conquistas da resistência" da milícia islâmica, cuja força pegou de surpresa a supremacia bélica do Estado judeu.
Sob protesto da oposição em Israel, na segunda-feira, um grande número de soldados israelense iniciou o caminho para casa. Civis libaneses também regressaram para o que restou de suas casas em populosas áreas de Beirute. Moradores do Norte de Israel, cujas cidades foram atingidas durante vários dias por foguetes Katyusha lançados pelo Hezbollah, também já estão retornando para suas residências.
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