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Sanguessugas

Acordo entre governo e oposição na CPI transforma convocação de ex-ministros em convite

A CPI dos Sanguessugas aprovou nesta terça-feira um convite aos quatro ex-ministros da Saúde, José Serra (do governo Fernando Henrique), Barjas Negri (também do governo tucano), Humberto Costa (governo Lula) e Saraiva Felipe (de Lula). Integrantes governistas da comissão haviam colocado em votação um pedido de convocação de Serra, que acaba de ser eleito governador de São Paulo. A oposição, temendo que esse requerimento fosse aprovado, com a chegada de novos aliados do governo à reunião, propôs acordo para que a convocação de Serra fosse substituída por um convite, que seria, então, estendido aos demais ex-ministros.

A manobra resultou na desobrigação dos convidados a comparecerem à CPI, diferentemente dos convocados, que podem ser coagidos pela polícia a prestarem depoimento.

No começo da reunião, os governistas haviam perdido a oportunidade de votar os requerimentos que solicitavam a convocação de Serra e Barjas. Embora o presidente da CPI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), tivesse colocado as duas propostas em votação, os oposicionistas se valeram da regra do regimento interno da Câmara que impede a votação de um requerimento sem a presença de seu autor na reunião. Por conta da ausência dos deputados petistas Dr Rosinha (PR), Eduardo Valverde (RO) e Fernando Ferro (PE), os governistas perderam a oportunidade de convocar os dois ex-ministros tucanos.

Só depois de muita insistência da líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), o requerimento para convocar Serra entrou na pauta. Ela chegou a apresentar a Biscaia um requerimento escrito de próprio punho, em meio a uma discussão com os oposicionistas que diziam que ela não poderia requerer a preferência para votação do requerimento verbalmente e que o assunto já havia sido discutido no começo da reunião quando os petistas não estavam. Neste momento, com a chegada do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) e do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), os governistas imaginaram que poderiam derrotar a oposição e convocar Serra. Mas os tucanos preferiram um acordo, que garantiu a ida também dos dois ex-ministros do presidente Lula à CPI.

- Seria tão útil convocar o Serra quanto seria convocar o Lula. Mas não devemos fazê-lo porque nada pesa sobre ele (Serra). Isso aqui não é um seminário em que vamos teorizar sobre os ralos para a corrupção - dizia o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), antes do deputado tucano Carlos Sampaio (SP) propor o acordo para a convocação dos quatro ex-ministros.

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