O Senado dos Estados Unidos aprovou ontem à noite o acordo bipartidário selado pelo democrata Harry Reid e pelo republicano Mitch McConnell para manter o funcionamento do governo norte-americano até 15 de janeiro de 2014 e permitir que o país tome empréstimos até 7 de fevereiro.
Restando poucas horas para que o governo dos EUA atinja seu teto constitucional de endividamento, o acordo garantiu a aprovação por margem ampla. O projeto de lei contou com os votos favoráveis de 81 senadores, enquanto 18 votaram contra.
A proposta, que conta com o apoio da Casa Branca, segue para a Câmara dos Representantes. A expectativa era de que a votação ocorresse ainda ontem à noite ou, no mais tardar, hoje de manhã. Se obtiver a aprovação da Câmara, o acordo seguirá então para a sanção do presidente Barack Obama.
Justo
"Temos muito trabalho pela frente", disse Obama ontem, na Casa Branca, comentando o anúncio do acordo no Congresso. Ele afirmou que os democratas não detêm o monopólio de boas ideias e que está disposto a sentar e discutir mudanças no plano de saúde Obamacare com os adversários políticos. Bem como discutir um orçamento que seja "justo".
Ao fim da coletiva, a repórter Brianna Keilar perguntou se o drama vivido nas últimas duas semanas vai se repetir no ano que vem. Obama, que saía da sala, parou à porta e se virou para dizer apenas: "Não".
De qualquer forma, o acordo aprovado ontem soluciona o problema imediato da paralisação do governo e da elevação do teto da dívida, mas não resolve o problema fiscal.
A incerteza vai continuar no mercado financeiro e a confiança dos agentes deve ficar abalada, avaliam economistas ouvidos pela Agência Estado. "É um band-aid", afirma o economista da gestora AllianceBernstein, Joseph Carson, destacando que nenhuma questão estrutural foi resolvida.