Líder republicano, Boehner chega ao Capitólio, em Washington| Foto: Jonathan Ernst/Reuters

Câmara não vai bloquear proposta bipartidária, afirma John Boehner

O presidente da Câmara dos EUA, John Boehner, entregou os pontos em comunicado divulgado ontem no seu site, indicando que pode aprovar o projeto bipartidário do Senado e evitar um calote. Ele afirmou que bloquear o acordo aprovado ontem pelo Senado não será uma tática da Câmara.

Em entrevista a uma rádio, o parlamentar disse que a luta foi boa, "mas não vencemos".

Boehner afirmou que levaria para votação no plenário da Câmara o projeto do Senado para reabrir o governo e elevar o teto da dívida. A votação ocorreria ontem à noite ou hoje pela manhã. Boehner disse também ter a expectativa de que o governo reabra a partir de hoje.

"A Câmara lutou com tudo para convencer o presidente a engajar em negociações bipartidárias para resolver a crise do país e fornecer justiça aos americanos com o Oba­­macare. Essa luta vai continuar, mas bloquear o acordo bipartidário alcançado hoje [ontem] no Senado não será uma tática que utilizaremos", afirmou Boehner, em seu site.

Segundo ele, no caso de os republicanos da Câmara bloquearem o acordo, arriscariam um calote e abririam a porta para que os democratas elevassem impostos novamente, o que "não é uma opção viável". "Nossa tentativa de impedir a destruição que é a reforma de saúde do presidente vai continuar", alertou o parlamentar.

Agência Estado

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O Senado dos Estados Uni­­dos aprovou ontem à noite o acordo bipartidário selado pelo democrata Harry Reid e pelo republicano Mitch McConnell para manter o funcionamento do governo norte-americano até 15 de janeiro de 2014 e permitir que o país tome empréstimos até 7 de fevereiro.

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Restando poucas horas para que o governo dos EUA atinja seu teto constitucional de endividamento, o acordo garantiu a aprovação por margem ampla. O projeto de lei contou com os votos favoráveis de 81 senadores, enquanto 18 votaram contra.

A proposta, que conta com o apoio da Casa Branca, segue para a Câmara dos Representantes. A expectativa era de que a votação ocorresse ainda ontem à noite ou, no mais tardar, hoje de manhã. Se obtiver a aprovação da Câmara, o acordo seguirá então para a sanção do presidente Barack Obama.

Justo

"Temos muito trabalho pela frente", disse Obama ontem, na Casa Branca, comentando o anúncio do acordo no Congresso. Ele afirmou que os democratas não detêm o monopólio de boas ideias e que está disposto a sentar e discutir mudanças no plano de saúde Obamacare com os adversários políticos. Bem como discutir um orçamento que seja "justo".

Ao fim da coletiva, a repórter Brianna Keilar perguntou se o drama vivido nas últimas duas semanas vai se repetir no ano que vem. Obama, que saía da sala, parou à porta e se virou para dizer apenas: "Não".

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De qualquer forma, o acordo aprovado ontem soluciona o problema imediato da paralisação do governo e da elevação do teto da dívida, mas não resolve o problema fiscal.

A incerteza vai continuar no mercado financeiro e a confiança dos agentes deve ficar abalada, avaliam economistas ouvidos pela Agência Estado. "É um band-aid", afirma o economista da gestora AllianceBernstein, Joseph Carson, destacando que nenhuma questão estrutural foi resolvida.