Jerusalém – O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, assinou ontem um acordo para incluir em seu governo o partido de extrema direita Israel Beitenu (Israel Nosso Lar), cujo líder, Avigdor Lieberman, é conhecido por suas declarações polêmicas e por um discurso antiárabe. O acordo, que deverá ser aprovado hoje pelo Parlamento, tem a finalidade de garantir a sobrevivência política do governo de Olmert.

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A popularidade do primeiro-ministro, que é do partido centrista Kadima, fundado no ano passado por Ariel Sharon, está em baixa desde o fracasso das tropas israelenses em desarticular o grupo xiita Hezbollah na guerra dos 34 dias no Líbano, em julho e agosto desde ano. Com a nova aliança, serão incorporados à coalizão de Olmert os 11 deputados do Israel Beitenu, o que dará ao primeiro-ministro o apoio de 78 das 120 cadeiras do Parlamento e facilitará a aprovação de seus projetos "O governo deve ter uma maioria estável e precisamos de uma base política ampla para garantir isso", disse o premier.

Expulsão

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Uma das figuras mais polêmicas do cenário político israelense, Lieberman propôs recentemente a expulsão de 1,3 milhão de árabes que vivem em Israel (onde eles são 20% da população) e a execução de parlamentares que mantivessem algum contato com membros do Hamas, o grupo islâmico que está à frente do governo palestino. Em 2002, ele defendeu o bombardeio deliberado de alvos civis, como postos de gasolina, bancos e edifícios comerciais e, no ano passado, se opôs radicalmente à retirada dos israelenses da Faixa de Gaza.

Com a participação do Israel Beitenu no governo é ainda menos provável que Olmert cumpra a promessa de retirar as tropas e assentamentos israelenses de uma parte da Cisjordânia, feita no início de sua gestão. Pelo acordo, Lieberman será o novo ministro das Ameaças Estratégicas, pasta recém-criada que tratará de assuntos como o programa nuclear iraniano. Ele também terá um assento no gabinete responsável pela diplomacia e segurança e será uma espécie de vice-premier.

Trabalhistas

O acordo prevê ainda a discussão de mudanças no sistema de governo israelense. Nos próximos dias, o Comitê Central do Partido Trabalhista, partido de centro-esquerda que faz parte da coalizão, deve se reunir para decidir como vai responder às mudanças. De acordo com fontes ligadas ao Partido Trabalhista, a maior parte do Comitê deve defender que o partido permaneça na coalizão, apesar do líder da agremiação, o ministro da Defesa Amir Peretz, ser contra.