Parlamentares dos Estados Unidos do lado da acusação no julgamento do impeachment do ex-presidente Donald Trump encerraram sua apresentação nesta quinta-feira (11), no terceiro dia de audiência no Senado americano. Eles argumentaram que o comportamento de Trump provocou estragos de longo prazo e que a condenação é necessária porque ele poderia incitar violência no futuro, colocando em risco a democracia do país.
"Nós humildemente pedimos que vocês condenem o presidente Trump pelo crime pelo qual ele é imensamente culpado. Porque se vocês não fizerem isso, se fingirmos que isso não aconteceu, ou pior, se deixarmos passar sem resposta, quem poderá dizer que isso não vai acontecer de novo?", disse um dos promotores do impeachment da Câmara, Joe Neguse, em seus comentários finais.
O deputado democrata Jamie Raskin disse que as evidências de que Trump incitou os ataques, e não demonstrou arrependimento, o tornam passível de ser o primeiro presidente americano a ser condenado com impeachment no Senado e o primeiro ex-presidente a ser impedido de ocupar um cargo público no futuro.
"Se vocês hoje não considerarem esse um crime grave, vocês estão estabelecendo um novo e terrível padrão para a má conduta de um presidente nos Estados Unidos", afirmou Raskin.
Já uma democrata do Colorado, Diana DeGette, reproduziu um clipe de Trump aos aliados após o ataque. "A todos os meus maravilhosos apoiadores, sei que estão decepcionados. Mas quero que saibam que nossa incrível jornada está apenas começando", diz Trump no vídeo. "Ele está certo. A menos que ajamos, a violência está apenas começando", disse ela.
DeGette afirmou que extremistas usaram o ataque ao Capitólio para recrutar novos membros e descreveu como as tropas da Guarda Nacional se mobilizaram nas capitais de todo o país sob alertas de novos ataques em 20 de janeiro, dia da posse do presidente Joe Biden. "Impeachment não é punir, mas prevenir", disse ela. "Não estamos aqui para punir Donald Trump. Estamos aqui para impedir que as sementes do ódio que ele plantou produzam qualquer fruto."
O foco da acusação nesta tarde foi fazer uma ligação entre as palavras de Trump e as ações dos manifestantes que invadiram o Capitólio. Eles exibiram entrevistas, vídeos e áudios em que manifestantes demonstram que estavam agindo de acordo com os desejos do ex-presidente. Em uma das imagens, um manifestante gritava em um megafone em frente à sede do congresso: "nós fomos convidados pelo presidente dos Estados Unidos".
Os advogados de Trump argumentaram que não há ligação direta entre as ações da multidão e do ex-presidente. Dois deles, em entrevistas à CNN nesta tarde, sinalizaram que argumentarão aos senadores que não existem evidências de que Trump ordenou de forma explícita os agitadores a entrar no Capitólio para cometer atos de violência.
O ex-presidente Trump estava jogando golfe durante a tarde em West Palm Beach, Flórida, enquanto a audiência acontecia em Washington, segundo a CNN.
A defesa de Trump terá a oportunidade de apresentar o seu caso em 16 horas nos próximos dois dias. Os senadores então poderão fazer perguntas para os dois lados. Em seguida, haverá um debate entre as partes e uma votação sobre a necessidade de intimação de testemunhas e documentos.
Os argumentos finais serão feitos em quatro horas, e haverá ainda um período não especificado de tempo para deliberação dos parlamentares antes da votação sobre o artigo do impeachment.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares