Abuja O candidato presidencial do partido do governo, Umaru Yar Adua, foi declarado o vencedor sem contestação das eleições presidenciais na Nigéria, ontem, em um pleito dominado, segundo a oposição, pelas fraudes em larga escala.
O principal candidato da oposição e líder nas pesquisas de intenção de voto rejeitou o resultado, preparando o palco para uma contenda de grandes proporções no mais populoso país da África, com 140 milhões de habitantes.
Observadores da União Européia e dos Estados Unidos que acompanharam as eleições confirmaram as fraudes. O Instituto Internacional Republicano, dos Estados Unidos, que enviou 59 observadores à eleição da Nigéria, considerou que o pleito ficou aquém dos padrões internacionais. O Transition Monitoring Group, um influente grupo local com 50.000 observadores, diz que houve fraude geral e pedirá cancelamento das eleições.
As eleições eram pretendidas para reforçar a democracia e a estabilidade no maior produtor de petróleo da África, onde 15 mil pessoas morreram desde 1999 por causa da violência política, em meio a lutas pelo poder entre facções.
O presidente eleito, Umaru Yar'Adua, de 56 anos e ex-governador de um província do norte de maioria islâmica, deverá assumir a presidência em 29 de maio.
Mas o principal líder da oposição, o general Muhammadu Buhari, a União Européia (UE) e observadores dos Estados Unidos dizem que houve fraude na eleição. Buhari, um ex-ditador que governou o país na década de 1980, definiu as eleições como "a mais espalhafatosa fraude em eleições produzida na Nigéria".