Centenas de policiais cercaram ontem um prédio em Toulouse, no sul da França, na tentativa de prender o francês de ascendência argelina Mohammed Merah, 24 anos, acusado de ser o atirador que matou três crianças e um rabino em uma escola judaica da cidade na segunda-feira.
Merah também é suspeito de ter matado três militares, um em Toulouse e dois na cidade vizinha de Montauban.
Até o fechamento desta edição, o cerco já durava mais de 23 horas; por volta das 20 h (horário de Brasília), ouviram-se duas explosões no prédio "manobras de intimidação", segundo o governo.
A ação policial começou de madrugada, quando três agentes foram feridos à bala na tentativa de invadir o apartamento onde Merah estava. A polícia, então, cercou o prédio de cinco andares e retirou todos os outros moradores.
Segundo o ministro do Interior, Claude Guéant, no transcurso das negociações com os policiais, o acusado disse que é integrante da Al-Qaeda e, com o ataque à escola judaica, queria se vingar dos assassinatos de crianças palestinas no Oriente Médio.
Guéant, porém, descartou motivações étnicas ou religiosas nos atentados aos militares, muçulmanos de origem africana ou caribenha para ele, Merah empreendeu o ataque como represália à ação do Exército francês em regiões como o Afeganistão.
O procurador François Molins afirmou que o acusado esteve no Afeganistão duas vezes e teria recebido treinamento no Waziristão, área tribal que concentra militantes do Taleban e da Al-Qaeda. De acordo com Molins, ele planejava matar outro militar.
As autoridades francesas rastrearam Merah graças ao endereço IP do computador de seu irmão, utilizado para responder a um anúncio do paraquedista Imad Ibn Ziaten, a primeira das vítimas.
Ibn Ziaten, que tentava vender sua moto, foi morto em Toulouse no dia 11 de março, após marcar encontro com um possível comprador. Para a polícia, Merah matou o militar e usou a moto para cometer os outros crimes.
Ontem, os corpos do rabino Jonathan Sandler, de 30 anos, e de seus filhos, Gabriel, de 4, Arieh, de 5, e de Myriam Monsonego, de 7 anos, mortos em Toulouse, chegaram a Jerusalém, pouco depois das 5h45 (0h45 no horário de Brasília), onde foram enterrados.