São Paulo Um trio de marroquinos acusados de terem planejado o atentado terrorista ocorrido em Madri em março de 2004, que matou 191 pessoas e feriu outras 1.830, negaram ontem ter envolvimento com a ação durante testemunho no segundo dia de julgamento do caso.
O processo da ação, considerada o pior ato terrorista já ocorrido na Europa, teve início quinta-feira, quase três anos após o ataque, no qual dez bombas explodiram em quatro trens lotados. No julgamento, serão ouvidos cem especialistas e mais de 600 testemunhas.
Sete dos 29 réus podem ser condenados a 30 anos de prisão por cada uma das vítimas, além de 18 anos por 1.830 tentativas de assassinato. No entanto, sob a lei espanhola, a pena máxima para crimes de terrorismo é de 40 anos.
Entre os réus, há três marroquinos (Hasan el Haski, Jamal Zougam e Youssef Belhadj). Um deles aparece em um vídeo no qual reivindica a responsabilidade pelo ataque. O segundo manteria ligações com um grupo terrorista norte-africano, e um terceiro foi visto por testemunhas colocando bombas nos trens.
Em depoimento ontem, os três negaram ter qualquer conexão com os atentados e acusaram a polícia espanhola de incriminá-los, dizendo que se baseiam em relatos de testemunhas que os reconheceram por imagens na tevê, e não pessoalmente na cena do atentado em Madri.
"Não conheço ninguém e ninguém me conhece, afirmou Hasan el Haski, 45 anos, a quem os promotores apontam como o líder na Espanha do Grupo Combatente Islâmico do Marrocos, organização que mantém vínculos com vários dos supostos terroristas. "Este grupo não existe, nós não temos sedes, acrescentou.