Apesar de ter determinado o fim da tortura em interrogatórios e estar revendo uma série de medidas da "guerra contra o terror" de George W. Bush, a administração Obama está, discretamente, dando apoio a outros fundamentos do trabalho de seu antecessor nessa área, afirma reportagem do "New York Times". Em recentes sabatinas que tiveram pouco destaque, indicados por Obama defenderam, segundo o jornal, a continuação de programas da CIA de transferência de presos para outros países e detenções de suspeitos de terrorismo sem julgamento prévio.
A reportagem afirma ainda que a nova administração americana adotou o argumento da equipe jurídica de Bush de que processos de ex-presos da CIA devem ser mantidos em sigilo baseado na doutrina de "segredos de estado". O governo também teria deixado o caminho aberto para a retomada de julgamentos militares.
Além disso, no início do mês, integrantes de uma corte britânica disseram ter sido pressionados pelos EUA a não revelar informações sobre um prisioneiro sob custódia americana que teria sido torturado. Segundo o jornal, a administração Obama divulgou depois um comunicado agradecendo o governo britânico "por manter seu compromisso de proteger informações sensíveis para a segurança nacional".
O "New York Times" afirma que esses sinais mostram que as mudanças promovidas pela administração Obama podem se mostrar menos abrangentes do que muitos esperavam e outros temiam. O conselheiro da Casa BrancaGregory B. Craig negou que a administração Obama estivesse adotando táticas de Bush.
"Nós estamos mapeando um novo caminho a seguir, levando em conta tanto a segurança do povo americano quanto a necessidade de obedecer a lei", disse Craig, segundo o jornal. "Essa é a mensagem que queremos dar às pessoas ligadas às liberdades civis e as pessoas de Bush", acrescentou.
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