Seis adolescentes de Nova York abriram na segunda-feira um processo judicial contra o secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, alegando que o Pentágono violou a lei ao montar um enorme banco de dados de possíveis recrutas.

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No ano passado, houve várias acusações de irregularidades supostamente cometidas pelos recrutadores, que enfrentam dificuldades em cumprir suas metas devido à guerra no Iraque. Nos EUA, o alistamento militar é facultativo.

O Pentágono admitiu em 2005 ter colocado informações pessoais - como escolaridade e número da Previdência - de 12 milhões de norte-americanos em um banco de dados, na busca por possíveis recrutas.

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O Departamento de Defesa diz que essa prática é essencial para o sucesso das Forças Armadas totalmente voluntárias e que há cuidados com a preservação da privacidade.

Mas o processo no tribunal federal de Manhattan afirma que o Pentágono recolhia indevidamente dados de pessoas muito jovens, algumas de 16 anos, e além do período máximo de três anos. Além disso, a ação afirma que é ilegal manter dados sobre raça, etnia, gênero e números da Previdência.

- Por um lado, o Congresso foi tolerante com a coleta de informações, mas por outro o Departamento de Defesa excedeu completamente esses limites - disse Donna Lieberman, diretora da União Nova-Iorquina de Liberdades Civis, que abriu o processo em nome dos seus adolescentes.

O Pentágono destacou uma porta-voz para comentar o caso, mas ela não foi localizada.

Embora o cadastro tenha sido criado em 2003, antes dos problemas do Pentágono em cumprir as metas de recrutamento, sua existência só foi oficialmente confirmada no ano passado, em meio a outros escândalos no recrutamento.

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Os autores do processo - estudantes de 16 e 17 anos na região de Nova York - foram abordados por recrutadores militares mesmo após exigirem que as informações sobre eles fossem retiradas do cadastro, segundo Lieberman.

Eles querem que a Justiça proíba o banco de dados e que os militares paguem as custas do processo.

A ação cita Rumsfeld, David Chu (subsecretário de Defesa para Pessoal e Preparação) e Matt Boehmer (diretor de Propaganda e Estudos de Mercado do Pentágono).

- Não há nada de sinistro no cadastro - disse Chu no ano passado, reagindo a críticas.