Só falta uma assinatura para que os americanos Shane Bauer e Josh Fattal, condenados a oito anos de prisão por espionagem e entrada ilegal no Irã, sejam liberados pagando fiança de cerca de US$ 500 mil cada um, informou neste domingo (18) à Agência Efe o advogado Massoud Shafii.
"O segundo juiz que deve assinar os documentos está de férias até terça-feira", esclareceu Shafii.
No sábado, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, afirmou à agência iraniana "Fars" que o Poder Judiciário está tentando reduzir a pena que poderá ser aplicada aos americanos.
Salehi também pediu ao Governo americano que mostre boa vontade e liberte os iranianos presos nos Estados Unidos.
Na quarta-feira, o Poder Judiciário iraniano negou que os dois americanos possam ser liberados pagando fiança e afirmou que o pedido do advogado está sendo estudado.
Um dia antes, Shafii informou à Efe que os dois americanos seriam liberados pagando fiança de US$ 500 mil cada um, horas depois de o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ter anunciado que a libertação dos americanos era uma questão de dias.
Em uma entrevista ao jornal "The Washington Post", Ahmadinejad afirmou que concedeu um perdão unilateral aos dois americanos, o que considerou como "um gesto humanitário".
Bauer e Fattal foram detidos em 2009, junto com Sarah Shourd, quando faziam trilha em uma zona montanhosa do Curdistão iraquiano.
Em 2010, Sarah foi liberada pagando fiança de US$ 500 mil e por razões de saúde retornou aos Estados Unidos, mas os dois rapazes permaneceram em uma prisão de Teerã.
Os três acusados se declararam inocentes e pediram absolvição. Segundo os três, em nenhum momento tiveram intenção de entrar no Irã e que tudo não passou de uma confusão após se perderem e errarem o caminho.
O Irã e os Estados Unidos mantêm relações hostis desde que romperam laços diplomáticos em 1979, ano em que a revolução expulsou o último Xá da Pérsia, Mohamad Reza Pahlevi, e fundou a República Islâmica.