Após ser assassinado, um advogado acusou através de um vídeo o presidente da Guatemala de ter cometido o crime e envolve ainda outras pessoas do gabinete presidencial. Em nota, a Presidência negou qualquer envolvimento no crime.
O vídeo foi divulgado nessa segunda-feira (11) um dia após Rodrigo Rosenberg Marzano ser morto a tiros perto de sua casa em um bairro do sul da capital do país. Os assassinos estavam em dois carros e fugiram após os disparos.
Sentado e com uma mesa à sua frente, Marzano começa a gravação olhando para a câmera e dizendo que se "está vendo essa mensagem é porque eu fui assassinado pelo presidente Alvaro Colom, com a ajuda de Gustavo Alejos (secretário da Presidência) e do senhor Gregório Valdez (empresário)", afirma ele. Alejos também negou a participação.
Um advogado recentemente morto apareceu num vídeo transmitido pelos media guatemaltecos, a acusar o presidente e outras figuras públicas da sua morte. O Governo fala de "conspiração", mas a imprensa quer ver tudo esclarecido.
O vídeo de 18 anos foi colocado no site YouTube. Nele, Marzano diz ainda que o seu assassinato aconteceu por ter sido o representante legal do empresário Khalil Mussa e da filha, Marjorie, assassinados em 14 de abril por se negarem a dar cobertura a uma série de negócios suspeitos do Banco de Desenvolvimento Rural.
Segundo Marzano, os negócios ilícitos "vão desde a lavagem de dinheiro até o desvio de fundos públicos para programas inexistentes da mulher do presidente, Sandra de Colom, tal como o financiamento de empresas de papel utilizadas pelo narcotráfico".
Por fim, apela ao vice-presidente, Rafael Espada, para que seja "o primeiro a encabeçar um movimento para recuperar" a Guatemala e fazer com que se cumpra a lei, "com a ajuda de todos os bons guatemaltecos, que o apoiam sem reservas".
Outro lado
Em um comunicado, o presidente da Guatemala negou as as acusações e culpou "alguns setores" de estarem a fazer uma "utilização mal-intencionada e com fins de conspiração" para "criar uma crise política".
No texto, condena o crime e apresenta os pêsames aos familiares. Depois, fala ainda que o governo está em combate contra o "crime organizado".
O secretário da Presidência Gustavo Alejos disse para uma rádio local que "está tranquilo com Deus" e que conhecia Marzano "de vista". Afirmou que continuará trabalhando no gabinete e que espera que as investigações encontrem os autores do assassinato.
"(Espero) que o Ministério Público e a Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala demonstrem o ocorrido", completou.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
A gestão pública, um pouco menos engessada
Deixe sua opinião