Os advogados de Saddam Hussein pedirão um novo adiamento em seu julgamento, para aguardar a investigação completa sobre o assassinato de um membro da equipe de defesa, disse nesta sexta-feira um integrante americano do time de advogados.
Ramsey Clark, ex-secretário de Justiça dos EUA que faz parte da comissão que cuida da defesa de Saddam, disse que a ONU deveria investigar a morte de Saadoun al-Janabi, seqüestrado e assassinato um dia depois do início do julgamento.
- Se as ordens tiverem vindo de altas autoridades, haverá um grande problema. Não vejo como o julgamento pode ir adiante - disse Clark numa entrevista.
- Haverá moções no tribunal para obter seu apoio para uma investigação exaustiva. Foi uma violência seletiva, calculada para destruir a capacidade da defesa de apresentar o seu caso - disse Clark. A moção será apresentada quando o tribunal voltar a se reunir, em 28 de novembro.
- Tudo mudou drasticamente depois da primeira seção, quando um dos advogados de defesa foi executado. A defesa está obviamente muito perturbada - disse.
O governo iraquiano nega envolvimento na morte de Janabi, que representava Awad al-Bander, um dos sete assessores de Saddam que estão sendo julgados junto com ele por crimes contra a Humanidade.
Janabi, que falou bastante durante a audiência, foi encontrado morto depois de ter sido seqüestrado de seu escritório.
Testemunhas disseram que os seqüestradores se identificaram como funcionários do Ministério do Interior, órgão freqüentemente acusado pelos grupos sunitas de permitir a ação de esquadrões da morte xiitas. O governo também nega essas acusações.
A comissão de defesa pediu à ONU que investigue o crime, já que, segundo Clark, as autoridades iraquianas tentaram atribuir a culpa a integrantes do partido Baath, que governava o país no governo de Saddam Hussein.
- Nem os EUA nem o governo iraquiano têm credibilidade para investigar a execução de Janabi, que foi bastante profissional- disse Clark. - Temos que saber quem foi o responsável para que possamos proteger os advogados e as testemunhas.
O juiz concordou com o pedido feito pela defesa em 19 de outubro de adiar o julgamento até 28 de novembro porque muitas testemunhas estavam com medo de depor, por causa da ação violenta da insurgência sunita.
Um outro réu, Barzan Ibrahim al-Tirkiti, meio-irmão de Saddam, pediu sua libertação para se tratar de um câncer, disse um jornal árabe na sexta-feira.
Barzan, que chefiava o temido serviço de inteligência Mukhabarat, alegou que não tem como receber tratamento adequado na prisão, segundo o jornal Asharq al-Awsat.
Mas, apesar do anúncio feito por advogados da defesa esta semana de que a equipe suspenderia todo contato com o tribunal, Clark disse que o advogado-chefe de Saddam, Khalil al-Duleimi, estará presente na nova sessão do júri.
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