É em países emergentes que os cargos políticos se transformam mais facilmente na carreira de seus ocupantes, na opinião do professor de Ciência Política da UFPR Ricardo Costa de Oliveira.
"No Brasil, desde a redemocratização, tem se formado um grupo de políticos profissionais que se especializaram na representação", diz.
O sujeito começa como vereador e vai "subindo", muitas vezes planejando essa vida desde cedo o que pode incluir propositalmente um curso de Direito.
O fantasma da política como fim e não meio ronda as instâncias burocráticas há séculos, como atestou o sociólogo alemão Max Weber em 1919, em conferência proferida a alunos de Munique, publicada posteriormente sob o título A Política como Vocação. Nela, o autor de A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo diferencia a "vida para a política" de "viver da política" visando ao lucro.
Entre as várias ideias do artigo, Weber faz um contraponto entre empresários e médicos, considerados indispensáveis, dificilmente podendo se afastar de seus negócios para atender um cargo político, e advogados, que, por "razões puramente organizacionais, têm mais facilidade de serem dispensados". Ele conclui: "Portanto, o advogado tem adquirido um papel incomparavelmente maior, e com frequência até dominante, como político profissional".
Serviço:
Política como Vocação pode ser lido (em inglês) em http://www.ne.jp/asahi/moriyuki/abukuma/weber/ lecture/politics_vocation.html