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Afegãos furiosos tomaram as ruas pelo quarto dia consecutivo nesta sexta-feira, enquanto as forças de segurança em Cabul dispararam para o alto para interromper a marcha de centenas de pessoas em direção a um quartel da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Pelo menos um manifestante foi baleado no quadril, enquanto os manifestantes gritavam "morte à América" por causa da queima de exemplares do Alcorão na base aérea de Bagram, comandada pelos EUA, após protestos que deixaram 15 mortos desde a terça-feira.

"Nós temos manifestações em cinco localidades de Cabul", afirmou um graduado oficial de polícia, Mohammad Zahir. O governo afegão pediu calma para evitar que os insurgentes do Taleban aproveitem-se da fúria com o incidente, enquanto a embaixada norte-americana advertiu que os protestos poderiam tornar-se violentos e resultar em ataques a ocidentais.

Na cidade de Herat, no oeste do país, um grupo de mais de mil manifestantes marchou rumo ao consulado dos EUA, mas foi contido por forças de segurança. Outros protestos ocorreram nas províncias de Baghlan e Kunduz, no norte do país, bem como em Bamiyan e Ghazni, no centro, e em Nangarhar, no leste.

O incidente com o livro sagrado muçulmano inflamou o sentimento já existente contra o Ocidente, por abusos cometidos pelas forças de coalizão, entre eles um registrado em vídeo divulgado no mês passado, mostrando fuzileiros norte-americanos urinando sobre corpos de afegãos mortos.

Dois soldados dos EUA estavam entre os mortos em protestos desde a terça-feira. O presidente Barack Obama se desculpou pelo incidente. As informações são da Dow Jones.

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