O funeral de Nelson Mandela (1918-2013) será no dia 15, um domingo, na cidade de Qunu, respeitando o desejo do ex-presidente de ser enterrado na cidade onde viveu a infância.
Os sul-africanos poderão velar o líder negro morto na última quinta-feira entre os dias 11 e 13, quando o corpo descansará no edifício Union Buildings de Pretória, sede do governo nacional.
A grande despedida popular será em 10 de dezembro, perante as 90 mil cadeiras do FNB Stadium de Soweto, onde acontecerá a missa oficial por Madiba.
No mesmo FNB Stadium, antigo Soccer City, ocorreu, em 11 de julho de 2010, a última aparição pública de Mandela, na cerimônia de encerramento da Copa do Mundo de 2010.
Lá também ele deu um discurso histórico em 16 de dezembro de 1990, recém-libertado após 27 anos nas prisões do Apartheid e quatro anos antes de se transformar no primeiro presidente negro da África do Sul.
Dança
Ontem, a África do Sul começou uma espécie de "luto festivo" em homenagem a Mandela. O país recebeu a notícia da morte com tristeza e pesar, mas também como uma oportunidade de celebrar seu legado colossal.
Multidões cantavam e dançavam em várias partes do território sul-africano: no antigo gueto negro de Soweto, onde morou o ex-presidente sul-africano, e na casa do bairro de Houghton, também em Johannesburgo, na qual morreu, aos 95 anos.
O contraste entre as duas regiões da grande Johannesburgo perfila a trajetória de Mandela, que chegou pobre à cidade e morreu, em em um de seus bairros mais ricos, venerado por muitos no mundo inteiro.
O ambiente comum de celebração do legado que se viveu em cenários tão díspares como os antigos guetos de Soweto e Alexandra e os luxuosos subúrbios de Sandton e Houghton, ambos em Johannesburgo, mostra um pouco de sua figura.
"Este deve ser um momento para nos unirmos como país, como Mandela conseguiu que fizéssemos ", afirmou Andy Coetzee, africâner, ativista cultural e empresário do entretenimento em Soweto.
Filhas tiveram a notícia durante estreia de filme
Folhapress
As filhas mais novas de Nelson Mandela, Zenani, de 54 anos, e Zindzi, 53, receberam a notícia da morte do pai durante a estreia do filme Mandela: Long Walk to Freedom" (Longo caminho para a liberdade) em Londres, segundo a Fundação Nelson Mandela.
Filhas de Mandela com a segunda mulher, Winnie de quem ele se separou em 1996 , as duas deixaram o cinema de imediato.
O líder negro teve seis filhos, quatro deles com a primeira mulher, Evelyn Nase (1922-2004). Desses quatro, só a mais jovem, Makaziwe, de 59 anos, está viva.
Em 1998, aos 80, Mandela se casou pela terceira vez com Graça Machel, 27 anos mais jovem e viúva do presidente moçambicano Samora Machel (1933-1986). Graça é a única mulher no mundo a ter sido primeira-dama em dois países (Moçambique e África do Sul).
Hoje com 68 anos, Graça disse, em entrevista à rede CNN em 2008, que aprendeu a separar o mito Mandela do ser humano e que a diferença de idade nunca foi um problema para os dois.
Disputa
Os três filhos mortos foram o objeto de feroz disputa familiar neste ano, quando o ex-presidente sul-africano já estava em estado crítico. Em julho, por decisão judicial, os corpos deles foram devolvidos a um jazigo em Qunu, a aldeia onde Mandela passou a infância.