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Os ministros da África Ocidental lamentaram neste domingo (2) a "defasagem" da ONU em relação à "urgência" de uma ação no Mali, em referência ao relatório de Ban Ki-moon ao Conselho de Segurança, segundo o qual são grandes os riscos de uma intervenção militar africana no norte do país.

O Conselho de Ministros da Comunidade Econômica da África Ocidental (CEDEAO), reunido em Abidjan, "lamenta a defasagem entre as recomendações do relatório (de Ban) e a urgência da ação que exige a situação, particularmente no que diz respeito à autorização do envio de uma missão internacional para apoiar o Mali sob liderança africana (Misma)", segundo o comunicado final da reunião.

A "não-intervenção" no norte do Mali, ocupado por grupos armados islâmicos, entre eles a Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI), "ou qualquer retirada diante da urgente necessidade de enviar uma força, poderia levar a um agravamento da situação de segurança e humanitária na região e na África", alertaram os ministros.

"Isso equivaleria a uma forma de não-assistência ao povo do Mali e promoveria o enraizamento de grupos terroristas e criminosos", acrescentou, apelando para a implantação "sem demora" da Misma.

"Não agir, significaria dar um cheque em branco para os terroristas" e "render-se", disse o ministro da Costa do Marfim da Integração Africana, Ally Coulibaly, cujo país preside atualmente a CEDEAO.

Em um relatório enviado no dia 28 de novembro ao Conselho de Segurança, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, considerou que a intervenção militar no norte do Mali seria "necessária apenas como um último recurso contra os extremistas". Mas ele alertou para os riscos do uso da força sobre a situação humanitária e as perspectivas para uma solução política.

Antes da CEDEAO, o presidente da União Africana, Thomas Boni Yayi, chefe de Estado do Benin, considerou o relatório de Ban Ki-moon "abaixo das expectativas" africanas.

Em 11 de novembro, em Abuja, a CEDEAO aprovou o envio ao norte do Mali de uma força militar de 3.300 homens, apoiados logisticamente pelos países ocidentais. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas decidirá em dezembro esta intervenção, nomeadamente com base no relatório de Ban Ki-moon.

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