Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Enriquecimento de urânio

Agência da ONU condena Irã por programa nuclear

Texto do diretor da AIEA, ElBaradei, teve aprovação de 25 dos 35 países que integram a organização | Joe Klamar/AFP
Texto do diretor da AIEA, ElBaradei, teve aprovação de 25 dos 35 países que integram a organização (Foto: Joe Klamar/AFP)

Teerã - A Agência Internacional de Ener­­gia Atômica (AIEA) adotou ontem a primeira resolução contra o programa nuclear iraniano desde 2006, abrindo caminho para a im­­posição de novas sanções do Con­­selho de Segurança da ONU contra Teerã.

O governo iraniano disse que a medida é uma "intimidação’’ que afetará as negociações com as grandes potências e não o impedirá de continuar enriquecendo urânio.

A resolução foi levada à votação dois meses depois de ter sido revelada a existência de uma central nuclear em construção nos arredores da cidade sagrada de Qom, ao sul de Teerã.

Há suspeitas de que o Irã só anunciou à AIEA (ligada à ONU) que estava construindo a planta depois de descobrir que serviços secretos ocidentais a haviam de­­tectado. Segundo a agência, a construção começou em 2002, e não em 2007, como os engenheiros iranianos relataram aos inspetores que visitaram o local no mês passado.

O texto aprovado ontem exige de Teerã que suspenda imediatamente as obras e explique detalhadamente o propósito da central, cujas fundações estão escondidas numa montanha.

O Irã alega que a central de Qom serve para poder continuar enriquecendo urânio caso a de Natanz, já operacional, seja atacada, e nega acusações de que busca a bomba atômica.

Teerã insiste em que suas centrais servem apenas para produzir energia e negocia há sete anos com as grandes potências uma so­­lução que lhe permita continuar enriquecendo urânio – o que tem direito a fazer sob o Tratado de Não Proliferação Nuclear, desde que em cooperação com a AIEA.

O clima nas conversas sobre o tema se deteriorou depois que Teerã supostamente rejeitou oferta da AIEA pela qual enviaria parte de seu urânio para ser enriquecido fora do país.

O plano prevê que o Irã envie cerca de 85% de seu estoque de urânio pouco enriquecido para Rússia e França. Nesses países, ele seria enriquecido um pouco mais e moldado para fins medicinais, em nível inadequado para uma bomba.

O Irã alega ser autor da oferta de mandar urânio ao exterior e diz que o Ocidente se apropriou da ideia para manipulá-la.

A resolução de ontem parece abrir novo capítulo nas conversas. O texto foi aprovado por 25 dos 35 países que integram a mesa diretora da AIEA, com o surpreendente respaldo de dois dos maiores aliados estratégicos de Teerã: China e Rússia.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.