De acordo com Rafael Grossi, chefe da AIEA, um militar russo assumiu a gestão técnica da central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa| Foto: EFE/EPA/STR
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A Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) alertou, neste domingo (6), que um militar russo assumiu a gestão técnica da central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, o que vai contra os princípios básicos para o funcionamento seguro da instalação. A direção da usina agora está sob as ordens do comandante das forças russas que tomaram o local na semana passada, garantiu o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.

Grossi afirmou ter grande preocupação pela mudança que, segundo ele, vai contra os pilares indispensáveis da segurança nuclear, ao deixar limitada a capacidade do corpo técnico da instalação de "tomar decisões livres de pressões indevidas".

A AEIA indicou que a autoridade reguladora nuclear ucraniana informou que qualquer ação, inclusive as relacionadas com o funcionamento técnico dos seis reatores, requer a aprovação prévia do comandante russo, segundo comunicado emitido para informar sobre a situação da central.

Além disso, o diretor-geral fala de um segundo "grave desenvolvimento" ao explicar que, desde este domingo, há problemas para se comunicar com o corpo técnico de Zaporizhzhia, já que as linhas de telefone da instalação não funcionam, assim como não há resposta por mensagens eletrônicas e não há sinal frequente de celular. Segundo o diretor-geral, a situação viola outro dos considerados sete pilares básicos da segurança nuclear, que é manter comunicações entre o regulador nuclear e o operador da central.

"A deterioração da situação das comunicações vitais entre o regulador e a central nuclear de Zaporizhzhia é também uma fonte de profunda preocupação, especialmente, durante um conflito armado que pode colocar em perigo as instalações nucleares do país em qualquer momento", disse Grossi.

Grossi ainda afirmou que existem problemas para estabelecer contato com a antiga usina de Chernobil, onde, em 1986, aconteceu o mais grave acidente nuclear da história. A unidade está sob controle das tropas russas desde 24 de fevereiro. Desde então, os funcionários de Chernobil, assim como acontece com os de Zaporizhzhia, estão trabalhando em três turnos, sem possibilidade de descanso adequado.

Além disso, a AEIA indicou que perdeu contato com todas as instituições da cidade portuária de Mariupol – que está sob ataque de tropas russas –, que usam diferentes fontes de materiais radioativos.

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