Escandinávia

Manifestações do crescimento da extrema direita vêm ocorrendo no cenário político dos países vizinhos da Noruega

Suécia – Democratas Suecos, o principal partido da extrema direita, defendem drástica redução da imigração e o retorno do controle nas fronteiras.

Finlândia – o Partido dos Verdadeiros Finlandeses quadruplicou o seu número de assentos no parlamento. Com linha xenófoba, recusam-se a apoiar o pacote de ajuda financeira ao euro.

Dinamarca – o Partido Popular Dinamarquês teve de ceder a exigências da extrema direita para manter a maioria parlamentar. Um dos pontos foi retorno do controle de fronteiras.

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São Paulo - A emergência de um "populismo xenófobo" na Europa é uma das grandes preocupações no mundo hoje, conforme afirmou na última quinta-feira António Guterres, o alto comissário da ONU para refugiados. "Uma das nossas grandes preocupações neste momento é o desenvolvimento de atitudes da opinião pública mais hostis em relação a imigrantes e refugiados", disse à reportagem Guterres, que vem ao Brasil amanhã para uma visita de três dias.

"A tragédia da Noruega [que resultou na morte de 77 pessoas por um extremista de direita] nos revela que esse clima de xenofobia contribui para atos de violência abomináveis." Com a crise econômica na Europa e nos EUA, tradicionalmente os maiores doadores da agência de refugiados da ONU (Acnur), Guterres espera que potências emergentes como o Brasil assumam um papel mais relevante na instituição.

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O Brasil contribuía com menos de US$ 50 mil anuais para o Acnur até 2009. Em 2010, doou US$ 3,5 milhões, e em 2011, US$ 3,7 mi­­lhões. Mesmo assim, o valor ainda é muito baixo - o. Brasil está em 31º lugar, atrás de países como Irlanda e Nova Zelândia. "É natural desejarmos que o Brasil seja cada vez mais ativo dentro do Acnur, uma vez que se trata de um país tão generoso em matéria de refúgio e com influência internacional crescente", disse.

Segundo o representante da Acnur, o Brasil é hoje um doador "com algum peso". "Pa­­ra nós, um aumento das doações brasileiras seria bem-vindo", disse ele hoje, dia em que a adoção da convenção da ONU sobre refugiados completou 60 anos.

Na visita ao Brasil, Guterres, ex-primeiro-ministro português, vai se encontrar com o chanceler Antonio Patriota, a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Ro­­sário, e o da Justiça, José Eduardo Cardozo. Vai discutir a possibilidade de o Brasil receber mais refugiados no programa de o reassentamento.