Importantes progressos foram feitos no sentido de reforçar a segurança nuclear mundial após o acidente em Fukushima, no Japão, no ano passado, de acordo com a agência de energia nuclear das Nações Unidas, mas um grupo ambiental contestou isso.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) fez a avaliação em um relatório preparado para a reunião anual do próximo mês de seus Estados-membros. A agência aprovou um plano de ação para a segurança, por consenso, em setembro passado, apesar das críticas de que o plano não avança o suficiente.
"Desde a adoção do Plano de Ação para a Segurança Nuclear da AIEA um progresso significativo tem sido feito em várias áreas", disse a agência com sede em Viena.
Isso inclui "melhorias na preparação para emergências e nas capacidades de resposta", acrescentou a AIEA no documento de nove páginas publicado em seu site.
Mas o grupo ambiental Greenpeace, que se opõe à energia nuclear, disse que "não houve progresso real".
"O plano de ação da AIEA não trata de nenhuma das verdadeiras lições de Fukushima", afirmou Aslihan Tumer, da campanha nuclear do Greenpeace International, em um comentário por e-mail.
A usina Fukushima Daiichi, 240 quilômetros ao norte de Tóquio, foi atingida por um terremoto e tsunami que derrubaram o abastecimento de energia e sobrecarregaram a energia de backup e os sistemas de resfriamento, resultando no colapso de três de seus seis reatores.
Cerca de 150 mil pessoas foram obrigadas a fugir à medida que materiais radioativos se disseminavam. Alguns moradores nunca mais voltaram.
O plano da AIEA aprovado seis meses após o acidente de Fukushima foi criticado por alguns países por não exigir mais medidas obrigatórias. O plano descreve medidas voluntárias destinadas a ajudar a evitar a repetição de tal crise em qualquer parte do mundo.
Ele também pediu aos países que rapidamente avaliem suas usinas nucleares para ver como seriam capazes de resistir a riscos naturais extremos, bem como tomar medidas para reforçar a preparação e informação para emergências.
Esforços contínuos
O relatório da AIEA sobre a implementação até agora do plano -- que será apresentado na conferência geral dos mais de 150 países-membros da agência, em 17 a 21 de setembro -- apontou progresso em áreas que incluem avaliações de "vulnerabilidades de segurança" de usinas atômicas e fortalecimento das revisões por parte dos países membros.
"Progresso significativo foi feito também na revisão das normas de segurança da agência que continuam a ser amplamente aplicadas pelos reguladores, operadores e indústria nuclear em geral."
Mas esforços contínuos precisam ser feitos para garantir uma comunicação mais eficaz para o público se houver uma emergência radiológica ou nuclear, disse o relatório.