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A agência de alimentos da Organização das Nações Unidas informou nesta sexta-feira que aparentemente pouca comida foi levada de seus depósitos na capital do Haiti, Porto Príncipe. A porta-voz do Programa Mundial de Alimentos (WFP, pela sigla em inglês), Emilia Casella, dissera anteriormente que parceiros locais haviam informado que os depósitos da agência haviam sido saqueados.

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Mas funcionários do WFP conseguiram chegar a um dos depósitos na manhã desta sexta-feira e descobriram que os estoques de comida ainda estavam lá.

"Eu não posso dizer que não houve saques, mas nesta manhã, horário local, nossos funcionários conseguiram chegar ao depósito em questão e verificaram que ele ficou bastante danificado", disse Casella à agência France Presse. "Mas, aparentemente, a comida continua lá", acrescentou ela.

O depósito visitado abriga 6 mil toneladas cúbicas de comida e é o maior da agência no país. O WFP informou na quinta-feira que mantinha estoques de cerca de 15 mil toneladas de comida no Haiti.

Anteriormente, Casella dissera que a agência teria de refazer os estoques de alimentos para fornecer comida para 2 milhões de pessoas afetadas pelo terremoto.

"Numa situação de emergência, saques são comuns", disse ela.

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Casella disse que a agência estima que cerca de 2 milhões de pessoas vão precisar de suprimentos emergenciais de comida no próximo mês.

A agência de alimentos da ONU examina a possibilidade de montar 200 cozinhas na capital, principalmente em áreas onde há grande concentração de desabrigados.

Cada cozinha deve alimentar cerca de 500 pessoas por dia, disse Casella.

As organizações humanitárias enfrentam grandes desafios no país, disse Casella. "A destruição física é tão grande que ir do ponto A para o ponto B levando suprimentos não é uma tarefa fácil", afirmou.

"Levar toneladas e toneladas de equipamentos, comida e água não é instantâneo como o Twitter ou o Skype ou notícias via satélite 24 horas", acrescentou.

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Dez mil soldados norte-americanos estarão em solo haitiano ou a caminho na segunda-feira para ajudar a distribuir ajuda humanitária e evitar potenciais manifestações violentas dos sobreviventes do terremoto, afirmou o comandante do Estado Maior das Forças Armadas dos EUA, almirante Mike Mullen. O presidente Barack Obama prometeu ajuda de longo prazo para o país ao presidente haitiano René Préval.

Mullen também disse que a presença norte-americana no país pode superar os 10 mil soldados, dependendo da avaliação da necessidade de assistência nos próximos dias.

Obama, que entrou em contado com Préval várias vezes nesta semana, conversou com o líder haitiano por 30 minutos nesta sexta-feira, informou a Casa Branca.

Obama vai se reunir no sábado com os ex-presidentes George W. Bush e Bill Clinton para pedir a eles que ajudem a levantar recursos para a prestação de ajuda humanitária ao Haiti.

Aproximadamente 7 mil pessoas mortas no terremoto ocorrido no Haiti já foram enterradas, afirmou o primeiro-ministro do Peru, Javier Velásquez Quesquén, nesta quinta-feira. Quesquén está em Porto Príncipe, onde supervisiona os esforços peruanos para ajudar na crise.

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"Nas últimas poucas horas, eles enterraram aproximadamente 7 mil haitianos e o governo (local) está pedindo equipamentos para remover a terra, para limpar os escombros", disse Quesquén ao canal a cabo N, após um encontro com o presidente do Haiti, René Préval.

Quesquén disse que, ao chegar ao Haiti, encontrou um cenário de caos após o terremoto de terça-feira. "Autoridades estão apenas começando a se organizar, enquanto as Nações Unidas tomam o comando do esforço de ajuda humanitária."

O primeiro-ministro disse que o Peru enviou dois aviões com auxílio ao Haiti, mas apenas um deles, com suprimentos médicos, havia conseguido pousar no danificado aeroporto da capital. "Nós entregamos os suprimentos médicos ao presidente do Haiti", disse Quesquén. Segundo ele, a outra aeronave pousou na vizinha República Dominicana, onde os alimentos nela contidos foram entregues à responsabilidade da ONU.

O ministro da Saúde do Haiti, Alex Larsen, disse nesta sexta-feira que 50 mil pessoas morreram de 250 mil ficaram feridas pelo terremoto de 7 graus na escala Richter que atingiu o país na terça-feira. Segundo ele, 1,5 milhão de pessoas estão desabrigadas.