O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, disse que a presença de minas terrestres no perímetro da usina nuclear de Zaporizhzia é incompatível com as normas de segurança| Foto: EFE/Lenin Nolly
Ouça este conteúdo

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou nesta segunda-feira (24) a presença de minas terrestres no perímetro da usina nuclear de Zaporizhzia, ocupada pela Rússia, no sul da Ucrânia.

CARREGANDO :)

As minas foram detectadas por peritos da ONU durante uma inspeção no domingo (23) e estão localizadas em uma área restrita entre as barreiras do perímetro interior e exterior do complexo e, em princípio, longe do alcance dos funcionários da usina.

“A AIEA teve conhecimento da existência de minas fora do perímetro da instalação e também em locais específicos no interior. A nossa equipe levantou esta questão específica à usina e esta respondeu que se tratava de uma decisão militar e em uma zona controlada pelos militares”, declarou o diretor-geral da AIEA, o argentino Rafael Grossi, em comunicado.

Publicidade

“Ter tais explosivos no local é incompatível com as normas de segurança da AIEA e com as diretrizes de segurança nuclear e cria uma pressão psicológica adicional sobre o pessoal da usina”, criticou o diplomata argentino.

No entanto, a “avaliação inicial” da AIEA, segundo Grossi, é que a eventual detonação destas minas “não deverá afetar os sistemas de segurança nuclear no local”.

A equipe da AIEA tem efetuado inspeções regulares e visitas à usina nuclear sem observar, até o momento, nenhum equipamento militar pesado, aponta o comunicado.

Os peritos da ONU aguardam ainda o acesso aos telhados dos reatores, onde o governo ucraniano afirma ter detectado a presença de objetos que podem ser explosivos. A AIEA afirma que, em 22 de julho, a sua equipe presente na usina ouviu várias detonações a distância.

Os especialistas afirmam que, durante o fim de semana, a usina nuclear perdeu temporariamente a ligação com a linha elétrica principal de 750 quilovolts devido a um problema técnico, frisando a fragilidade da situação no meio do conflito.

Publicidade

Há meses a AIEA pede para que a usina não seja utilizada para armazenar armas e explosivos. No início de julho, a Ucrânia afirmou que a Rússia tinha colocado explosivos na central.

Os seis reatores desta usina nuclear, a maior da Europa, estão em parada técnica, mas a eletricidade e a água continuam sendo necessárias para refrigerá-los.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]