A agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta terça-feira (25) que recebeu um volume significativo de informação do Irã, com o objetivo de dirimir preocupações de que seu programa nuclear tivesse no passado elementos militares, embora seja muito cedo para dizer se há algo de novo nos dados.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) também alertou que ficará sem dinheiro no próximo mês para monitorar a implementação do acordo nuclear com o Irã, caso não receba mais fundos dos países-membros para cobrir os gastos com o trabalho, que deverá chegar a US$ 10 milhões por ano.
O Irã durante anos obstruiu uma investigação da agência da ONU sobre as possíveis dimensões militares de seu programa atômico, mas cumpriu a promessa recente de enviar mais dados à AIEA em meados de agosto.
O chefe AIEA, Yukiya Amano, disse a jornalistas que recebeu um “volume significativo” de informação do Irã no dia 15 de agosto.
“Nesta fase, é prematuro dizer se há alguma informação nova ou não ... Estamos agora analisando”, disse Amano.
Sob o pacto firmado entre Teerã e seis potências mundiais em 14 de julho, o alívio das sanções impostas ao Irã depende de relatórios da AIEA sobre o programa nuclear presente e passado do país persa.
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Amano disse que pediu aos países-membros contribuições para garantir que o trabalho relativo ao Irã seja mantido.
Até agora, os custos das atividades da AIEA no Irã foram cobertos com contribuições extra-orçamentárias de seus membros.
Mas Amano afirmou que os 800 mil euros mensais que a agência recebe para verificar os acordos nucleares atuais com o Irã irão se exaurir até o fim do próximo mês.
A AIEA vai precisar de 160 mil euros adicionais por mês até a implementação do pacto, o que pode acontecer no primeiro semestre do ano que vem. Uma vez que esteja implementado, a agência precisará 9,2 milhões de euros anuais para garantir a verificação do acordo.
Após o pedido de Amano, o maior contribuidor para a agência, os Estados Unidos, disse estar comprometido a garantir que a entidade tenha dinheiro suficiente para suas operações iranianas.
A AIEA vem sofrendo pressão, sobretudo de congressistas republicanos dos EUA, por não ter divulgado um acordo-base que fechou com Teerã simultaneamente ao entendimento de julho para resolver os temores de que o programa nuclear persa pode ter tido dimensões militares, o que Teerã nega.
Quando indagaram Reza Najafi, emissário do Irã para a AIEA, se seu país entregou novas informações sobre o passado de suas atividades nucleares à agência, ele disse aos repórteres nesta terça-feira que não pode revelar nenhum dos acordos-base de Teerã.
Ele tampouco quis explicar se os inspetores da AIEA terão permissão para inspecionar as instalações militares de Parchin, onde, segundo acusação de alguns países, a nação persa teria realizado experimentos relacionados à criação de uma bomba atômica.
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