Seis técnicos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) são mantidos reféns desde sexta-feira por índios numa aldeia da localidade de São Pedro, no município de Capitão Poço, nordeste do Pará.
Os índios reivindicam a prestação de contas da ONG Agisagma, organização conveniada com a Funasa, que é responsável pelo controle da saúde da aldeia. Há cinco meses a ONG não presta contas da verba recebida de Brasília e, por isso, os repasses foram suspensos. Sem atendimento, os índios iniciaram uma série de protestos para que a situação fosse normalizada.
- Nós enviamos a documentação necessária a Brasília na terça-feira, mas falta o entendimento por parte das lideranças indígenas de que as coisas não são resolvidas de uma hora para outra. Eles já queriam que, na quinta-feira, o dinheiro voltasse a ser repassado - disse o coordenador da Funasa, Valdo Martins.
Na sexta-feira os técnicos do órgão foram enviados à aldeia para esclarecer a situação, mas foram feitos reféns. Os índios dizem que vão retê-los até a solução do impasse.
A Funasa aguarda um contato com a Funai e com o Ministério Público para uma reunião de emergência, que deve ser realizada até esta segunda-feira pela manhã. A Funai informou que aguarda a definição da Funasa sobre o impasse para definir as providências a serem tomadas pelo órgão.
A ONG Agisagma mantém convênio há dois anos com a Funasa para o atendimento da saúde indígena em Capitão Poço. Segundo Valdo Martins, os reféns não estão sendo ameaçados e não há indícios de violência por parte dos índios.