Agricultores da Polônia e da Romênia em protesto contra a UE em Bruxelas, na Bélgica, em junho deste ano| Foto: EFE/EPA/Olivier Matthys
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O Comitê das Organizações e Cooperativas Agrícolas Europeias (Copa-Cogeca) lamentou nesta sexta-feira (6) o anúncio do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, alegando que gerará “profundas consequências para a agricultura familiar em toda a Europa”, e anunciou protestos em Bruxelas na segunda-feira.

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“Os receios da comunidade agrícola se concretizaram”, afirmou o Copa-Cogeca em comunicado.

A entidade advertiu que, se os estados-membros da UE e o Parlamento Europeu aceitarem o acordo, o impacto será sentido também por 450 milhões de consumidores que vivem no bloco europeu.

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O Copa-Cogeca anunciou também “uma ação relâmpago em Bruxelas na segunda-feira”, coincidindo com uma reunião dos ministros da Agricultura e da Pesca da UE.

As cooperativas de produtores lembraram sua “forte oposição durante anos” a um acordo que descrevem como “obsoleto e problemático”.

“Embora reconheçamos a necessidade de a UE aprofundar as relações comerciais no atual contexto geopolítico, isso não deve ser feito a qualquer preço”, diz o texto.

Neste contexto, a entidade alegou que o setor agrícola da UE “continua a ser particularmente vulnerável às concessões feitas no desequilibrado capítulo agrícola” desse acordo.

Entre os setores sensíveis, a entidade menciona carne bovina, açúcar, etanol e arroz, que enfrentarão, segundo ela, “riscos acrescidos de saturação do mercado e de perda de receitas devido ao afluxo de produtos de baixo custo provenientes dos países do Mercosul”.

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Ainda segundo o Copa-Cogeca, o acordo “exacerbará a pressão econômica em muitas atividades agrícolas que já enfrentam preços elevados dos fatores de produção e condições meteorológicas difíceis”.

As cooperativas agrícolas também alegaram que os países do Mercosul “operam com normas laborais e de segurança menos exigentes, o que lhes permite produzir a custos mais baixos, impossibilitando uma concorrência leal para os produtores da UE”.

Elas também criticaram a “falta de coerência na atuação da Comissão Europeia” que, na legislatura anterior, “multiplicou as restrições e regulamentações para os nossos produtores” e agora, “no início do seu segundo mandato, deu prioridade a este acordo desleal”.

Para o Copa-Cogeca, o protocolo adicional sobre sustentabilidade enviado aos países do Mercosul em março de 2023 para dar resposta às preocupações europeias “não correspondeu às expectativas”, e a resposta do Mercosul em setembro de 2023 “demonstrou claramente uma falta de ambição e empenho em respeitar até mesmo as convenções internacionais básicas e as medidas de sustentabilidade vinculativas”.

O presidente do Copa-Cogeca, Massimiliano Giansanti, afirmou que, com a medida adotada hoje, “a Comissão enviou uma mensagem muito preocupante a milhões de agricultores em toda a Europa”, algo que considera ainda mais preocupante no “diálogo recentemente reaberto entre os agricultores e as instituições europeias”.

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“Os estados-membros e os deputados ao Parlamento Europeu devem agora questionar firmemente os termos deste acordo e trabalhar para encontrar uma solução que garanta uma abordagem justa e equilibrada para proteger o modelo agrícola da UE”, acrescentou.