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Soja na província de Buenos Aires: produção de grãos na Argentina é afetada por taxas de exportação que variam de 12 a 33%, conforme a cultura e/ou derivado
Soja na província de Buenos Aires: produção de grãos na Argentina é afetada por taxas de exportação que variam de 12 a 33%, conforme a cultura e/ou derivado| Foto: EFE/Cézaro De Luca

A Argentina, um dos maiores produtores mundiais de grãos e derivados, se prepara para iniciar a sua temporada agrícola 2022-2023 com uma projeção de exportações que poderá atingir um valor recorde de US$ 42,3 bilhões.

De acordo com um relatório da Bolsa de Comércio de Rosário divulgado nesta segunda-feira (5), as primeiras projeções de produção poderiam permitir à Argentina sustentar no ano que vem uma entrada recorde de moeda estrangeira pelas suas exportações agrícolas, algo que o país necessita para aumentar as suas escassas reservas monetárias.

A Argentina inicia em setembro plantação de milho, girassol e soja, três dos seus principais cultivos. Segundo o relatório, os cinco principais complexos agrícolas da Argentina podem alcançar exportações de US$ 42,3 bilhões nesta temporada, somando os principais grãos (trigo, milho, soja, girassol e cevada) e derivados.

“Se este valor se concretizar, superaria em mais de 1,3 bilhão a marca do ciclo atual (2021-2022), e estaria em um nível recorde em termos de valor das exportações dos principais complexos do setor pelo terceiro ano consecutivo”, apontou a Bolsa de Rosário.

O cumprimento destas projeções dependerá, no entanto, do clima - atualmente com pouca chuva -, de uma pausa na produção e de os preços não caírem.

Entretanto, os ganhos para o produtor devem ser comprometidos pelo apetite fiscal do Estado sob o peronismo. Um relatório publicado em agosto pelos engenheiros agrônomos Gustavo Oliverio e Gustavo López, da Fundação Produzir Conservando, destacou que a produção de grãos na Argentina é afetada, como outras atividades de exportação, por taxas de exportação que variam de 12 a quase 33%, conforme a cultura e/ou derivado, o que representa “forte impacto na renda e no resultado econômico da produção geral”.

“Os impostos distorcidos (direitos de exportação ou indevidamente chamados de ‘retenciones’, créditos e débitos bancários, sobre receita bruta etc.) são uma fonte rápida e segura de arrecadação e representam uma porcentagem muito importante da arrecadação geral, de tal forma que é muito difícil pensar em uma eliminação rápida deles em um momento como o atual, onde grande parte das despesas [do Estado] são gastos sociais (aposentadorias, pensões, planos sociais etc.) e subsídios para transporte, energia e outros (que também atendem indiretamente ao social)”, destacaram os analistas.

Projeções

Segundo o relatório da Bolsa de Comércio de Rosário, enquanto os preços médios de exportação para a maioria dos cereais e derivados serão ligeiramente mais baixos no próximo ciclo de comercialização em comparação com os da temporada 2021-2022, a maior produção projetada mais do que compensaria uma queda nos preços.

Segundo a Bolsa de Rosário, a colheita de soja, milho, girassol, trigo e cevada de 2022-2023 chegará a 128,5 milhões de toneladas, 3% a mais do que na temporada anterior, com exportações projetadas de 60,4 milhões de toneladas, 4% a mais do que na temporada anterior.

A área semeada chegaria a 34,4 milhões de hectares, apenas 1% a menos do que no ciclo anterior. Segundo o relatório, a produção está projetada em 54,9 milhões de toneladas de milho (+7,5%) e 46,7 milhões de toneladas de soja (+10,7%).

A Argentina é o maior exportador mundial de farinha e óleo de soja, o segundo maior exportador de milho e o terceiro maior exportador de grãos de soja e óleo de girassol.

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