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Hong Kong (Reuters) – Países pobres que exportam banana, açúcar e algodão alertaram ontem que podem bloquear qualquer acordo da Organização Mundial do Comércio (OMC), caso suas demandas por uma fatia maior dos mercados globais não sejam atendidas. Numa mostra da complexidade da tarefa da OMC de atingir um acordo sobre o comércio global, um grupo que reúne países da África, do Caribe e do Pacífico (ACP) disse que as posições da União Européia (UE) sobre o açúcar, dos EUA sobre o algodão e dos produtores de banana da América Latina ameaçam seu sustento.

Os países da ACP são principalmente ex-colônias e têm acordos de exportação preferencial com a UE que estão ameaçados por possíveis cortes de barreiras ao livre comércio. "Não vamos aceitar qualquer acordo em Hong Kong feito às nossas custas", afirmou Arvin Boolell, ministro da Agricultura da Mauritânia.

Os países da OMC lutam para progredir na problemática rodada de Doha de liberalização do comércio durante o encontro em Hong Kong, que termina amanhã. As reformas do comércio agrícola global, necessárias para qualquer acordo, devem levar em conta a situação dos produtores pobres, que encontrarão dificuldades em competir nos mercados mundiais caso as tarifas caiam acentuadamente, dizem os Estados da ACP.

Em relação ao açúcar, o grupo afirma que seus Estados membros perderão US$ 300 milhões por ano se a UE levar a cabo planos de reformar sua política para o produto e cortar os preços pagos aos produtores, incluindo os exportadores da ACP.

A recusa dos EUA de cortar os amplos subsídios que paga a seus agricultores para produzir algodão custa US$ 540 milhões anuais aos cotonicultores africanos. Já os produtores de banana se dizem ameaçados por uma disputa entre Europa e América Latina. A UE tem sido forçada pela OMC a reformar sua política de importação de bananas, e os países da ACP dizem que, como resultado, devem perder mercado para o produto mais barato de países da América Latina, como Equador e Honduras.

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