Radiação
Governo promete rigor com alimentos
A radiação no Japão causa um mal-estar comercial. Depois de ir à Organização Mundial do Comércio (OMC) sem sucesso, Tóquio decidiu apelar para que os demais países não criem barreiras comerciais contra seus produtos, sob a alegação da radiação que poderiam estar importando.
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, telefonou ontem ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, para garantir que Tóquio seria transparente em suas informações sobre o acidente nuclear de Fukushima e que estaria tomando medidas contra os produtos já antes de serem embarcados nos portos do país. Os contatos estão sendo mantidos com outros parceiros para fazer o mesmo pedido.
A Europa e países como Canadá, Nova Zelândia, Austrália e Brasil passaram a monitorar com especial atenção as embarcações vindo do Japão para garantir que produtos contaminados não entrem nos mercados nacionais.
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Tóquio - Trabalhadores começaram a bombear ontem 3 mil toneladas de água com baixo teor de radioatividade no Oceano Pacífico, depois de a Tokyo Electric Power (Tepco), empresa que opera a usina nuclear de Fukushima/Daiichi, ter anunciado que lançaria 11,5 mil toneladas de água com baixa radioatividade no mar como parte dos esforços para acelerar a eliminação de poças na usina.
A medida conta com a aprovação das autoridades japonesas. A operação levará pelo menos dois dias. O governo japonês assegura que a água com radioatividade se dispersará rapidamente no mar e não trará consequências para a vida marinha.
A Agência de Segurança Nuclear e Industrial, órgão japonês de supervisão, endossou o plano, dizendo tratar-se de "uma medida inevitável". A ideia é lançar 10 mil toneladas de água com baixa radioatividade que formou poças na usina após as tentativas de resfriamento tomadas desde o desastre natural.
A Tepco quer secar a usina e utilizá-la para estocar água altamente radioativa que está no piso inferior do prédio da turbina do reator número 2. A Tepco também lançará um total de 1,5 mil toneladas de água que foi coletada debaixo dos reatores 5 e 6 do complexo nuclear.
Segundo a agência de notícias Kyodo, a água que começou a ser jogada no Pacífico tem um nível de substâncias radioativas até 500 vezes superior ao limite legal para ser despejada no meio ambiente.
Danos
Também ontem, o diretor-geral da Agência Nuclear de Energia Atômica (AIEA), Yukia Amano, disse que a crise nuclear japonesa colocou um grande desafio ao uso da energia atômica e que terá grandes implicações. Ele pediu que a comunidade nuclear internacional não adote uma visão empresarial sobre o tema, mas leve em conta os fatores ambientais e humanos.
Desde o começo da crise, logo após o devastador terremoto seguido de tsunami que atingiu o nordeste do Japão em 11 de março, água com radioatividade tem vazado dentro do complexo nuclear de Fukushima. A água que vazou danificou sistemas e o risco de radiação impede que os trabalhadores cheguem perto o suficiente para religar os sistemas de resfriamento que poderão estabilizar os aquecidos reatores.
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