O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, advertiu nesta segunda-feira (14) nos Emirados Árabes Unidos, onde realiza uma histórica visita, que seu país responderá "de forma dura" a qualquer ataque, e pediu aos Estados árabes do Golfo Pérsico uma cooperação no âmbito da defesa.

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"Os americanos sabem que se chegarem a cometer este erro, a reação do povo iraniano será dura e lamentarão", disse durante uma entrevista coletiva em Abu Dhabi, ao fim de uma visita oficial.

As declarações foram feitas um dia depois de o Irã ter confirmado que negociará com os EUA sobre o Iraque.

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Na coletiva desta segunda-feira (14), Ahmadinejad disse que os dois países estão de acordo sobre a realização das conversas em Bagdá, na presença de representantes do governo iraquiano, mas não indicou datas.

"Estamos decididos a proteger nós mesmos a segurança desta região", disse durante a entrevista que durou cerca de uma hora e com a qual concluiu sua visita aos Emirados Árabes Unidos, a primeira de um chefe de governo iraniano a este país em mais de três décadas.

Ahmadinejad também exigiu a retirada das tropas estrangeiras do Iraque, ao considerar que "só danificam e não beneficiam", enquanto insistiu em que Teerã seguirá adiante com seus planos nucleares "pacíficos".

Sobre sua opinião ao respeito dos países árabes da zona, todos aliados de Washington, Ahmadinejad respondeu que "todos (na região) são unânimes em que a presença dos estrangeiros não é benéfica".

"Não queremos impor nossas opiniões sobre eles (os árabes do Pérsico), mas achamos que (a segurança da zona) deve ser nosso objetivo e temos boas relações com todos eles", disse, e afirmou que os ricos países da região "são os que pagam de seu bolso o custo" da presença de tropas estrangeiras.

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Ahmadinejad referiu-se à viagem do vice-presidente americano, Dick Cheney, pelos países aliados árabes dos EUA, durante a qual advertiu que Washington não permitirá que Teerã tenha acesso às armas nucleares ou controle a zona, além de reiterar o compromisso americano de proteger a segurança de seus amigos no Golfo.

"A princípio, não fazemos caso das declarações dos estrangeiros que impuseram sua presença na região. Por que confiar em um ocupante que veio à zona a partir de milhares de quilômetros de distância?", perguntou o governante iraniano.

Ahmadinejad também qualificou de "muito positivas" suas conversas nos Emirados Árabes Unidos, e disse que os dois países criaram uma comissão conjunta em nível ministerial para tratar do fortalecimento das "excelentes" relações bilaterais nos âmbitos de energia, comercial, cultural e comercial.