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O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse nesta terça-feira que o país não leva a sério as advertências das autoridades francesas contra o programa nuclear do iraniano. As declarações do presidente, feitas após comparecer ao Parlamento para apresentar um relatório do programa de desenvolvimento de seu governo, são uma resposta ao ministro de Exteriores francês, Bernard Kouchner. O chanceler disse, no domingo que, se o Irã continuar seu programa nuclear, os Estados ocidentais deveriam se preparar "para o pior, que é a guerra".

- As declarações divulgadas pela imprensa de comunicação são diferentes das verdadeiras declarações (de Kouchner) e não as levamos a sério - disse o presidente iraniano, segundo a agência pública iraniana de notícias "Irna".

Kouchner pediu nesta terça-feira em Moscou novas sanções contra o Irã para "mostrar a seriedade" das intenções da comunidade mundial, mas ressaltou que é preciso "evitar a guerra". O chanceler francês tentou explicar suas declarações do fim de semana, e disse a um jornal que queria passar uma "mensagem de paz".

- Acho que devemos considerar a imposição de sanções muito sérias - disse Kouchner, que afirmou que, "em nenhum caso, trata-se de uma ameaça militar, pelo menos por parte da França em relação ao Irã".

A França vem pedindo sanções mais duras da ONU contra o Irã. Kouchner disse que tais medidas são destinadas a evitar a guerra e que, se o Conselho de Segurança da ONU não concordar com mais punições contra a República Islâmica, a França trabalhará por sanções separadas da União Européia (UE). As recentes declarações do chanceler francês levaram o chefe da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU), Mohamed ElBaradei, a fazer um apelo por calma.

França, Grã-Bretanha, Alemanha, Estados Unidos, Rússia e China reúnem-se na sexta-feira para discutir possíveis novas sanções contra o Irã, que não suspendeu atividades nucleares consideradas preocupantes. Os cinco países já apoiaram duas séries de sanções da ONU, mas os governos chinês e russo expressam desaprovação, nesta terça-feira, contra uma possível ação militar no Irã.

O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov se disse preocupado com relatos de que uma ação militar contra o Irã esteja sendo considerada.

- Isso é uma ameaça a uma região onde já há sérios problemas no Iraque e no Afeganistão - afirmou ele.

A China também é contra a política de ameaçar o Irã com uma guerra devido a seu programa nuclear e defende uma solução diplomática para o assunto, afirmou uma porta-voz do governo nesta terça-feira.

A Casa Branca disse nesta terça-feira que continua a buscar soluções diplomáticas para o impasse envolvendo o programa nuclear do Irã. Mas os EUA estão cada vez mais preparados para uma guerra contra o Irã e já teriam desenvolvido uma lista de dois mil possíveis alvos para bombardeios no país, segundo reportagem do jornal "Sunday Telegraph". De acordo com autoridades da Intleligência americana e da Secretária de Defesa, é cada vez maior o temor de que as negociações sobre o programa nuclear iraniano fracassem.

Em resposta às declarações feitas no domingo pelo presidente iraniano - nas quais propôs a realização de um debate público nas Nações Unidas e um "plebiscito global" para decidir quem tem razão -, a porta-voz da Casa Branca Dana Perino afirmou na segunda-feira que não acredita que o presidente americano, George W.Bush, debata com Ahmadinejad na próxima Assembléia Geral da ONU, no dia 25 de setembro.

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