O presidente iraniano, Mahmoud Abmadinejad, lançou nesta quinta-feira um duro ataque na Assembleia Geral da ONU contra o Ocidente, questionando o Holocausto e os atentados de 11 de setembro, o que provocou a retirada das delegações de Estados Unidos e União Europeia (UE).
Em seu discurso, Ahmadinejad criticou também os Estados Unidos por terem ordenado matar Osama bin Laden em vez de levá-lo à Justiça.
"A hipocrisia e o engano são permitidos para garantir seus interesses e objetivos imperialistas", disse.
A delegação americana decidiu sair da sala quando o presidente iraniano condenava o papel dos Estados Unidos nas guerras e na crise financeira.
Os representantes da UE os seguiram de comum acordo em sinal de protesto, quando Ahmadinejad atacou os europeus.
"Tratou-se de uma posição coordenada da UE quando o presidente iraniano questionou os países europeus por seu 'apoio ao sionismo' e fez referência ao Holocausto", afirmou a missão francesa na ONU.
O presidente iraniano não falou do iminente pedido de adesão à ONU de um Estado palestino nem da questão nuclear, depois de ter oferecido pouco antes em uma entrevista deter o enriquecimento de urânio com condições, há anos uma exigência da comunidade internacional.
"Se nos derem urânio enriquecido a 20% nesta mesma semana, cessaremos o enriquecimento doméstico de urânio a 20% nesta mesma semana", disse Ahmadinejad em entrevista ao jornal New York Times divulgada nesta quinta-feira.
O líder iraniano apresentou-se diante da Assembleia Geral da ONU em Nova York, um dia depois de o presidente americano, Barack Obama, advertir que Teerã se exporia a um isolamento maior se persistisse com seu programa nuclear.
O Irã foi alvo de seis resoluções do Conselho de Segurança da ONU, quatro delas com sanções, que condenam seu programa nuclear. Teerã afirma que não busca uma arma nuclear, mas os governos ocidentais estão convencidos do contrário. No primeiro discurso latino-americano do dia, o presidente chileno, Sebastián Piñera, defendeu o direito dos palestinos de ter um Estado reconhecido pela ONU, somando-se à voz de vários países da região.
"O povo palestino tem direito de ter um Estado livre, soberano e democrático e o Estado de Israel tem o direito de ter fronteiras reconhecidas, seguras e respeitadas. Só assim israelenses e palestinos poderão conviver e progredir em paz e harmonia", explicou.
Os contatos diplomáticos continuavam um dia antes de o presidente palestino, Mahmoud Abbas, apresentar na ONU seu pedido de adesão plena como Estado.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse nesta quinta-feira que seu governo está concentrado no futuro independentemente do que os palestinos façam na ONU.
"Aconteça o que acontecer amanhã, continuaremos centrados futuro das Nações Unidas", disse Hillary.
Os Estados Unidos prometeram vetar qualquer pedido de adesão de um Estado palestino no Conselho de Segurança, o que originou temores de uma nova crise no Oriente Médio. Milhares de palestinos manifestaram na quarta-feira o apoio a Abbas.
Os palestinos necessitam, no Conselho, de nove votos sobre um total de 15 e que nenhum dos membros permanentes (EUA, França, Grã-Bretanha, China e Rússia) faça uso de seu direito a veto.
Cinco membros do Conselho de Segurança já expressaram seu apoio: Rússia e China (permanentes), Brasil, Líbano e África do Sul (não permanentes). A Colômbia, outro membro latino-americano não permanente, adiantou que se absteria da votação. O restante dos países, com exceção dos Estados Unidos, continuam indecisos.
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