O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, rejeitou na terça-feira o prazo dado pelo Ocidente - até o final deste ano - para que seu governo decida sobre a guarda de material nuclear do país.
Se o Irã não responder à proposta dentro do prazo, Washington deixou claro que pretende recorrer à ONU para adotar novas sanções contra a República Islâmica.
Pela proposta das potências, Teerã aceitaria levar seu estoque de urânio baixamente enriquecido para a França e a Rússia, e em troca receberia combustível para alimentar um reator de pesquisas médicas.
"Quem são eles para nos impor um prazo", disse Ahmadinejad em discurso na cidade de Shiraz, transmitido pela TV. "Nós é que lhes impomos um prazo, que se eles não corrigirem sua atitude e seu comportamento... vamos exigir deles os direitos históricos da nação iraniana", acrescentou, sem entrar em detalhes.
O Irã, quinto maior produtor de petróleo do mundo, diz que sua atividade nuclear se destina exclusivamente para a geração de energia elétrica com fins pacíficos. O Ocidente, no entanto, suspeita que o país queira desenvolver armas nucleares.
O urânio, dependendo do grau em que é enriquecido (purificado), pode ser usado como combustível de reatores civis ou como material para armas nucleares.
O acordo sobre o combustível nuclear foi redigido pela ONU a fim de aplacar as preocupações internacionais com o programa atômico do Irã. Teerã inicialmente sinalizou que o aceitaria, mas depois insistiu que só aceitaria fazer a troca dentro das suas fronteiras. Agora, parece improvável que Teerã dê uma resposta antes do fim do ano.
"O sr. Ahmadinejad pode não reconhecer, por qualquer razão, o prazo que se aproxima, mas trata-se de um prazo muito real para a comunidade internacional", disse na terça-feira o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.
"A decisão para que eles arquem com suas responsabilidades é uma decisão deles", disse Gibbs. "Oferecemos a eles um caminho diferente. Se eles decidirem não pegá-lo, então (as grandes potências) agirão de acordo com isso".
Desqualificando as acusações ocidentais, o radical Ahmadinejad disse: "Vocês deveriam saber que, se tivéssemos qualquer intenção de construir uma bomba, teríamos suficiente coragem para anunciar isso sem medo de vocês".
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