O Irã enfrenta a pressão internacional contra seu programa nuclear em duas reuniões paralelas na quarta-feira (15), mas nenhum avanço é esperado no impasse, já que o país está voltado para suas eleições presidenciais do mês que vem.
Em Viena, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) vai novamente pedir ao Irã que pare de obstruir a investigação sobre supostas pesquisas para bombas atômicas.
A reunião começou por volta de 10h (5h em Brasília), na embaixada do Irã em Viena.
"As diferenças permanecem, mas estamos... determinados a resolver essas questões", disse Herman Nackaerts, subdiretor-geral da agência, a jornalistas.
Mais tarde, num jantar em Istambul, a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, vai se reunir com o negociador nuclear iraniano --agora também candidato a presidente-- para discutir um esforço diplomático mais amplo para resolver o impasse.
Governos ocidentais acusam o Irã de tentar desenvolver armas atômicas, algo que Teerã nega, insistindo no caráter pacífico do seu programa nuclear. Israel e os EUA não descartam uma ação militar para interromper as atividades iranianas, caso a pressão diplomática e as sanções econômicas em vigor não bastem.
As duas reuniões da quarta-feira representam caminhos diplomáticos diferentes. Mas qualquer movimento para resolver o impasse, que se arrasta há uma década, provavelmente terá de esperar até depois da eleição iraniana de 14 de junho, segundo analistas.
Embora decisões sobre a política nuclear caibam ao líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, a liderança conservadora provavelmente agirá com cautela na reta final de uma campanha eleitoral em que dois importantes candidatos independentes desafiam o "status quo".
"Os iranianos farão de tudo para manter tudo estável", disse um diplomata ocidental.