O vice-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Herman Nackaerts, pediu nesta segunda-feira ao Irã que colabore e permita que os inspetores da entidade tenham acesso a locais, pessoas e documentos em meio à investigação sobre a possibilidade de o programa nuclear de Teerã ter como objetivo o desenvolvimento de armas atômicas. O Irã alega que seu programa tem fins pacíficos.
O apelo de Nackaerts foi feito enquanto representantes da AIEA se preparavam para retomar conversas com enviados iranianos numa tentativa de convencê-los a autorizar uma visita da agência a um local suspeito do complexo militar de Parchin, onde teriam sido testados explosivos que poderiam ser usados para detonar uma explosão nuclear. Teerã nega que tenha conduzido experimentos do tipo.
Nackaerts disse que procurava a cooperação do Irã antes das conversas entre a missão iraniana e o AIEA e outras organizações da ONU com sede em Viena. "Estamos aqui para continuar o diálogo com o Irã com um espírito positivo", disse. "O objetivo destes dois dias (de conversas) é chegar a um acordo de como abordar todas as questões pendentes com o Irã."
Em Israel, o ministro da Defesa, Ehud Barak, disse nesta segunda-feira que as potências mundiais estão fazendo exigências "minimalistas" que nunca serão suficientes para interromper a ambição nuclear do Irã.
O comentário foi feito uma semana depois de autoridades israelenses se reunirem em Jerusalém com a representante de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, para discutir as negociações marcadas para 23 de maio entre o Irã e os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - Estados Unidos, Grã-Bretanha, China, França e Rússia - e Alemanha. Esta segunda rodada de conversações será em Bagdá, a capital iraquiana. A primeira rodada foi em Istambul, em 14 de abril.
No mesmo dia da segunda rodada, o Irã planeja lançar ao espaço um satélite de observação experimental. O satélite Fajr será o quarto a ser lançado por Teerã desde 2009. A comunidade internacional teme que os iranianos estejam, como parte de seu programa espacial, desenvolvendo mísseis capazes de transportar ogivas convencionais ou nucleares. As informações são da Dow Jones e Associated Press.
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