A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou nesta terça-feira (8) que os sistemas de monitoramento de material nuclear nas instalações de resíduos radioativos de Chernobyl, na Ucrânia, pararam de transmitir dados ao órgão após os ataques russos à usina.
"A transmissão remota de dados dos sistemas de monitoramento de salvaguardas instalados na central nuclear de Chernobyl foi perdida", disse a AIEA em comunicado. "A agência está analisando o status dos sistemas de monitoramento de salvaguardas em outros locais da Ucrânia e fornecerá mais informações em breve".
Ainda de acordo com o órgão, está se tornando "cada vez mais urgente" a necessidade de revezamento de funcionários para o "gerenciamento seguro" da usina nuclear de Chernobyl, onde cerca de 210 trabalhadores atuam sem serem substituídos desde 24 de fevereiro, quando a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia.
"Estou profundamente preocupado com a situação difícil e estressante que os funcionários da usina nuclear de Chernobyl enfrentam e os riscos potenciais que isso acarreta para a segurança nuclear'', disse o diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, em comunicado. Oito dos 15 reatores nucleares da Ucrânia estão operando com níveis de radiação normais até agora.
"Peço às forças que estão no controle efetivo do local para facilitar urgentemente a rotação segura de pessoal", acrescentou Grossi, referindo-se às forças russas que dominam o complexo ucraniano. Ele ainda enfatizou que é crucial para a segurança que "o pessoal que opera as instalações nucleares possa descansar e trabalhar em turnos regulares".
A antiga usina nuclear, localizada em uma zona de exclusão devido à radioatividade do acidente de 1986, inclui reatores desativados, bem como instalações de resíduos radioativos. A autoridade reguladora ucraniana disse ainda que só consegue se comunicar com a antiga usina por e-mail.
O Exército russo ocupou no último dia 24 de fevereiro a antiga usina nuclear de Chernobyl, cenário do maior acidente nuclear da história, após intensos combates contra as Forças Armadas ucranianas.
"Esta não é uma maneira segura de gerenciar uma usina nuclear. Também não é seguro ou sustentável que as comunicações internas e externas tenham sido interrompidas e cortadas, como o operador e regulador ucraniano nos informou", criticou Grossi.
Com informações da AIEA.
Direita vê ação contra militares como “cortina de fumaça”; governistas associam caso a Bolsonaro
O que diz o relatório da PF que levou à prisão de militares por plano de morte de Lula e Moraes
PF diz que Braga Netto foi peça-chave em suposto plano de golpe de Estado
Quem são os secretários escolhidos por Trump para compor o governo dos EUA a partir de 2025
Deixe sua opinião