O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, visitou a usina nuclear de Konstantinovka, no sul da Ucrânia, nesta quarta-feira (30), para uma assistência técnica, devido ao risco de acidentes.
"Estou no centro-sul da Ucrânia para me encontrar com o governo e trabalhadores ucranianos das usinas", escreveu Rafael Grossi no Twitter. Ele elogiou a resistência dos funcionários da usina. “É vital estar no local para fornecer apoio eficaz neste momento extremamente difícil”, acrescentou. “Queria dizer a vocês que estamos aqui, que estamos prontos para ajudá-los de todas as maneiras e de todas as formas possíveis”, reforçou o chefe da polícia nuclear da ONU em um vídeo postado na rede social.
A Agência espera agora poder enviar rapidamente peritos ao local e entregar o equipamento necessário para garantir a segurança das instalações. Desde o início da ofensiva militar russa, há mais de um mês, a AIEA tem alertado constantemente sobre os perigos desta guerra, a primeira a ocorrer em um país dotado de uma vasta frota nuclear, incluindo 15 reatores em quatro usinas ativas, além de vários depósitos de resíduos nucleares. “Já evitamos por pouco vários incidentes. Não podemos perder mais tempo”, disse o chefe da AIEA na terça-feira (29).
Chernobyl foi onde aconteceu o pior desastre nuclear da história, em 1986, e, na atual guerra, caiu nas mãos dos russos novamente. Houve um corte de energia por vários dias, enquanto os funcionários foram forçados a trabalhar por várias semanas seguidas sem serem substituídos.
Outro local ocupado pelos russos, a usina de Zaporizhzhya, a maior da Europa, sofreu ataques de artilharia em 4 de março, causando um incêndio e aumentando o temor de um desastre. Rafael Grossi inicialmente queria chegar a um de acordo com Moscou e Kiev e viajou para a Turquia em 10 de março para negociações com ambos os lados.
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