As negociações para alcançar uma nova trégua na Faixa de Gaza serão retomadas na próxima semana, depois da delegação do Hamas ter deixado o Cairo na noite passada sem um acordo, segundo informaram da imprensa egípcia, nesta quinta-feira (7).
"A delegação do Hamas deixou o Cairo para consultas sobre a trégua e as negociações serão retomadas na próxima semana", disse uma fonte de alto escalão à emissora de televisão Al Qahera News, próxima da inteligência egípcia.
O informante anônimo afirmou que, da mesma forma, “prosseguem as consultas entre todas as partes para se chegar a uma trégua antes do Ramadã”, que deverá começar entre 10 e 11 de março, segundo o calendário lunar.
As negociações poderão, portanto, ser retomadas no próximo domingo (10), visto que é o primeiro dia da semana no Egito, embora as fontes não tenham dado mais detalhes. Com esta informação, tudo indica que será difícil que o pacto entre o grupo terrorista e Israel se concretize antes do início do mês sagrado para os muçulmanos.
Na noite desta quarta-feira (6), fontes familiarizadas com as conversas confirmaram à Agência EFE que a delegação do Hamas deixou a capital egípcia e aguarda agora a resposta do lado israelense.
Segundo os entrevistados, que pediram anonimato devido à sensibilidade do assunto, as negociações atingiram um “ponto de inflexão perigoso que ameaça a possibilidade do seu sucesso e de se chegar a um acordo final”.
A respeito de um dos pontos do projeto, citando ainda as fontes consultados, uma vez que Israel e o Hamas não comentaram oficialmente esta informação, a milícia palestina considerou que a retirada das tropas israelenses de Gaza é "pouco clara" porque Israel se oferece para retirar-se para o leste do enclave sem especificar os locais, enquanto o grupo exige que seja através de áreas concretas e claras.
Sobre o cessar-fogo, as fontes frisaram que Israel não deu quaisquer garantias em relação a esta exigência do Hamas e de todas as facções palestinas.
Tel Aviv não participou das reuniões no Cairo, depois do Hamas ter dito que não lhe poderia fornecer uma lista com os nomes dos reféns que ainda estão vivos, devido a "problemas logísticos causados pela guerra", segundo argumentou, apesar da desconfiança em relação às alegações, visto que o grupo já mentiu em outras ocasiões.
De acordo com informações vazadas, alguns dos 134 reféns estão nas mãos de outros grupos ou milícias mantidos incomunicáveis no enclave, e mais de 30 deles já estão mortos por conta de bombardeios israelenses, de acordo com as informações do Hamas, que não podem ser confirmadas de forma independente.