Islamabad - A ONU e a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertaram ontem que a ajuda humanitária enviada pela comunidade internacional ao Paquistão ainda é insuficiente e que o país está à beira de uma crise de suprimentos.
Água potável, alimentos e medicamentos são escassos e ameaçam os cerca de 20 milhões afetados pelas inundações. Em meio ao risco de eclosão de epidemias, a demora no fluxo de ajuda internacional só piora os prospectos das próximas semanas para os paquistaneses.
Ainda longe dos solicitados US$ 460 milhões, as Nações Unidas reforçam o apelo aos países doadores para que intensifiquem seus esforços para ajudar o Paquistão. A OMS afirma ter recebido confirmações até o momento de apenas 25% dos US$ 56 milhões necessários.
Agências internacionais manifestaram indignação frente à falta de generosidade de países tradicionalmente ativos na resposta a catástrofes deste tipo, sobretudo os europeus.
Analistas dizem que há um misto de fatores entre as causas: o relativo baixo número de mortos no desastre, o fato de que as chuvas ocorrem durante as férias do hemisfério norte e receio de que os recursos sejam desviados e acabem nas mãos do Taleban.
"Estamos perplexos [e questionamos] por que a comunidade internacional não respondeu tão rapidamente e generosamente como tem possibilidade de fazer", disse Ian Bray, porta-voz da ONG Oxfam, com base no Reino Unido.
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