Regiões remotas do Nepal começaram a receber ajuda humanitária nesta quarta-feira (29), quatro dias depois do terremoto de magnitude 7,8 que deixou milhares de mortos e devastou o país himalaio.
As autoridades encontram dificuldades para chegar a essas áreas pelas limitações das equipes de busca e porque muitas estradas ficaram bloqueadas após deslizamentos de terra provocados pelos tremores.
Muitas dessas regiões estão incomunicáveis e sem acesso à eletricidade, agravando a sua situação humanitária. A demora em alcançar essas áreas diminui a chance de que sobreviventes sejam encontrados entre os escombros de casas e prédios destruídos.
População protesta por ação “fraca” do governo do Nepal
Manifestantes exigem mais ônibus para a circulação pelo país e melhor distribuição da ajuda
Leia a matéria completaSegundo o porta-voz do Ministério do Interior nepalês, Laxmi Prasad Dhakal, as autoridades não são “capazes de calcular a situação” geral da catástrofe, pois “comunidades inteiras de regiões remotas ficaram danificadas”
“Não sabemos quanta gente havia nesses lugares quando aconteceu o terremoto”, adicionou o porta-voz. As autoridades estimam que o número de mortos na tragédia possa chegar a 10 mil, o dobro do contabilizado até agora.
Helicópteros de busca aproveitam tréguas na chuva para ir até regiões montanhosas. Uma equipe de resgate pousou em Darkha, a cerca de cem quilômetros da capital, Katmandu, e entregou caixas com mantimentos, além de buscar pessoas que aguardavam por tratamento médico -entre elas, Ek Bahadur Thapa, 69, que sofreu ferimentos nas pernas durante o terremoto no sábado (25).
Segundo Dhakal, 1.120 feridos foram transportados de helicóptero até Katmandu, até agora, para receber atendimento médico. O governo estima que mais de 10 mil pessoas estejam feridas por conta dos tremores que, segundo as Nações Unidas, afetaram pelo menos 8 milhões de nepaleses.
Em Katmandu, moradores protestam contra a demora do governo em oferecer ajuda, tendo sido registrados confronto com policiais. Muitas pessoas abandonaram as suas casas com medo de novos abalos, ocupando áreas públicas e privadas com tendas improvisadas.
Milhares de pessoas optam, ainda, por fugir da capital, provocando um êxodo massivo e longas filas de espera por ônibus. Segundo o “Guardian”, pelo menos 100 mil pessoas já abandonaram a cidade, número que pode chegar a 300 mil -a população de Katmandu é de cerca de 1,7 milhão de pessoas.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião