Os vôos de helicópteros com alimentos, cobertores e barracas para sobreviventes do terremoto no norte do Paquistão foram retomados nesta segunda-feira, depois que a chuva parou.
Mas muitos sobreviventes provavelmente morrerão antes que ajuda consiga chegar até eles, nas aldeias remotas isoladas por deslizamentos de terra. A aproximação do invernooutra preocupação.
- Vimos muita gente em situação muito ruim, com feridas supuradas. Elas precisam de tratamento urgente - disse Sean Keogh, médico do grupo de ajuda britânico Merlin, depois de uma caminhada de três dias pelo vale de Neelum, na Cachemira paquistanesa.
- Há entre mil e dois feridos que precisam de tratamento cirúrgico - afirmou. - As feridas estão com pus, os pacientes vão ter infecções e morrer.
Ninguém sabe quantas pessoas precisam de ajuda nas partes mais altas ao norte de Muzaffarabad, capital da região e centro dos esforços de ajuda, disse Keogh.
- Vai haver muito mais mortes - reforçou.
O tempo abriu nove dias depois que o terremoto pulverizou as montanhas da Cachemira e da Província da Fronteira Noroeste e os helicópteros conseguiram decolar.
Ainda são necessárias barracas mais, apesar da ajuda estrangeira, já que o número de desabrigados pelo terremoto de 8 de outubro é estimado em um milhao.
Quase 40 mil pessoas morreram no Paquistão e 65 mil ficaram feridas. Outras 1.300 morreram na Cachemira indiana.Mulas, cavalos e burros também estão tentando levar ajuda ao norte do Paquistão.
- Em qualquer direção o cenário é terrível - disse Robert Holden, chefe da operação de ajuda da Organização das Nações Unidas (ONU). - A escala parece estar crescendo e a linha de salvamento está curta. As coisas que estão indo contra nós são o clima e os suprimentos, que não estão chegando rápido o suficiente.
Médicos estão tendo que amputar membros com ossos quebrados que não foram tratados e gangrenaram. Também há temor de doenças por causa dos sistemas de esgoto destruídos.
O governo do Paquistão fez um apelo para o envio de médicos e o Exército dos EUA está se preparando para mobilizar um hospital de campo da Alemanha. Os militares paquistaneses também estão verificando as aldeias para fazer uma avaliação mais exata do número de vítimas.
O governo estima que o dano provocado pelo terremoto será de US$ 5 bilhões. Até agora foram prometidos US$500 milhões de todo o mundo, mas autoridades dizem que começaram a planejar um apelo para contribuições a longo prazo.
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