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O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) disse nesta quinta-feira (23) que praticamente nenhuma ajuda médica está chegando à Gaza, o que coloca em risco a vida de vários pacientes com doenças graves.

A entidade culpou uma "paralisação na cooperação" entre autoridades palestinas na Cisjordânia e o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, pela diminuição do fornecimento de suprimentos médicos nas últimas semanas, o que agravou uma situação que já era crítica.

"O CICV pede às autoridades palestinas de saúde tanto em Ramallah como em Gaza, para que sejam tomadas medidas urgentes para garantir que os suprimentos médicos necessários estejam disponíveis em Gaza na quantidade suficiente", informou o comitê em nota.

O tratamento para centenas de pacientes com doenças graves havia sido interrompido, de acordo com a agência humanitária. Entre os pacientes estão crianças, que sofrem de fibrose cística, uma grave doença pulmonar, que necessita de medicamento diário para evitar seu agravamento.

Uma greve de dois meses dos funcionários de saúde palestinos em Gaza também está impedindo que os hospitais providenciem atendimento apropriado, diz a nota. O número de cirurgias caiu 40 por cento, enquanto as internações caíram 20 por cento.

Apenas 300 pacientes em estado grave foram encaminhados para hospitais em Israel, em Jerusalém Oriental, na Cisjordânia e na Jordânia, para tratamentos especializados em setembro. O número é aproximadamente a metade do registrado em meses anteriores, diz a nota do CICV.

"Entre os afetados, estão pacientes cardíacos e com câncer, que terão suas condições agravadas se não forem tratados adequadamente fora de Gaza", diz o comunicado do comitê.

O CICV também pediu para que as autoridades facilitem entregas de suprimentos médicos e equipamentos para Gaza.

Israel e o Hamas acertaram um cessar-fogo em junho. A nota do comitê também pediu que a violência pare além das fronteiras e que o bloqueio israelense à Faixa de Gaza seja gradualmente diminuído.

"Assuntos de saúde não devem ser politizados. Soluções pragmáticas precisam ser encontradas pois muitas vidas estão em jogo", disse Katharina Ritz, diretora da missão do CICV para territórios palestinos.

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