O Estado Islâmico do Iraque, grupo vinculado à Al Qaeda, assumiu nesta quarta-feira (20) a autoria dos atentados que deixaram cerca de 60 mortos e mais de 180 feridos na terça-feira (19) em Bagdá e outras áreas do país.
Em comunicado postado em um site usado habitualmente pelos islamitas, o grupo advertiu que os ataques de ontem são "a primeira etapa de uma chuva" de atentados como vingança pelas execuções de sunitas.
O texto explicou que os ataques ocorreram em represália pelas recentes declarações do ministro da Justiça, Hassan Al-Shemari, que assegurou que "acelerará as execuções" de detidos sunitas, segundo a nota, cuja autenticidade não pôde ser comprovada.
A organização antecipou que os futuros atentados serão perpetrados em breve em Bagdá e outras cidades.
O Iraque lembra hoje o décimo aniversário da invasão americana para derrubar o regime de Saddam Hussein, imerso na violência e em meio a uma crise política.
Os atentados, especialmente contra as forças de segurança e os xiitas, aumentaram no país desde a retirada das tropas americanas, em 18 de dezembro de 2011.
Na cena política, o Iraque vive uma crise originada pelos protestos em províncias de maioria sunita como Al-Anbar, Ninawa e Salah ad-Din.
Os sunitas, que gozaram de privilégios durante o regime de Saddam, se queixam agora que são discriminados pelo Governo do primeiro-ministro xiita Nouri al-Maliki.
Entre as exigências dos manifestantes estão a libertação de presos, a correção do processo político, a emenda da lei antiterrorista e a obtenção de um equilíbrio das instituições do Estado.