Um braço da rede terrorista Al-Qaeda assumiu ontem a responsabilidade pelos ataques simultâneos feitos no domingo às prisões de Abu Ghraib e Taji, nos arredores de Bagdá.
Mais de 500 prisioneiros foram libertados, incluindo líderes militantes, pela ação do chamado Estado Islâmico do Iraque e do Levante, entidade formada no início do ano a partir de organizações islamitas sírias e iraquianas.
De acordo com comunicado publicado pelo grupo em fóruns jihadistas, os ataques às prisões de Abu Ghraib e Taji foram executados após meses de preparação.
O anúncio se referia aos militantes como "mujahidin" ("guerreiros sagrados", em árabe) e ao governo iraquiano como "safávida" (termo pejorativo usado contra xiitas, inspirado em uma dinastia iraniana que existiu entre os séculos 16 e 18).
"Em resposta ao apelo do mujahid [guerreiro sagrado] xeque Abu Bakr al-Baghdadi para selar o bendito plano Quebrando os Muros, as brigadas mujahidin partiram após meses de preparação e planejamento para o destino de duas das maiores prisões do governo safávida", disse o comunicado da Al-Qaeda.
Militantes sunitas criticam a influência iraniana no Iraque e o governo atualmente liderado por xiitas.
A invasão do Iraque, em 2003, contribuiu para polarizar a sociedade iraquiana em torno das linhas sectárias que dividem o país entre sunitas e xiitas. Há, desde abril, uma nova onda de violência na região.
Mais de 3 mil pessoas morreram desde o início de abril. Dessas, 500 mortes ocorreram desde o começo de julho.
A fuga de presos envolveu 12 carros-bomba, de acordo com a Al-Qaeda, mísseis e ataques suicidas. Os números são conflitantes. De acordo com a rede terrorista, 120 seguranças foram mortos na operação. O governo iraquiano diz que foram 20.
Ainda segundo o poder público, 800 detentos escaparam, 400 teriam sido presos ou mortos e pelo menos 400 estão livres. A Al-Qaeda diz ter libertado 500. Os fugitivos ainda são procurados em todo o país por uma operação de segurança.