O nigeriano Abdul Mutallab teria cúmplice indiano| Foto: Reuters

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Obama ordena revisão na segurança que inclui passageiro sentado

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou em pronunciamento ontem que ordenou a revisão das medidas de segurança nacional e em aviões depois da tentativa frustrada da Al-Qaeda de explodir um avião na sexta-feira.

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Indesejado

Nigeriano pode ter embarcado sem passaporte

Das agências

O jovem de 23 anos que tentou explodir um avião da Northwest Airlines pode ter embarcado sem sequer mostrar seu passaporte, ao se passar por um refugiado sudanês. A acusação veio à tona após relatos de um casal americano que viajou na mesma aeronave. Segundo eles, Umar Farouk AbdulMutallab foi acompanhado no aeroporto por um homem que parecia indiano, de cerca de 50 anos. Teria sido este acompanhante quem pediu aos funcionários da Northwest que aceitassem o garoto como passageiro, em Amsterdã, alegando sua condição de refugiado.

Kurt e Lori Haskell, que são advogados no estado do Michigan, falaram ao Dialy News sobre o assunto.

O casal conta que jogava cartas próximo à porta de embarque da companhia quando ouviu o diálogo e a tentativa, bem-sucedida, de fazer o nigeriano embarcar.

O casal acrescentou que o jovem "estava vestido como um pobre" e se manteve o tempo todo calado, enquanto o homem que parecia indiano era elegante e parecia um advogado.

Conheça equipamentos de segurança que poderão ser usados em aeroportos

A Al-Qaeda na península Árabe, um dos braços da organização terrorista liderada por Osama bin Laden, assumiu ontem a responsabilidade pela tentativa de ataque em voo americano cujo au­­tor, segundo o FBI, é Umar Farouk Abdulmutallab, de 23 anos. O nigeriano foi acusado pela polícia de tentar se explodir em avião que se preparava para aterrissar em Detroit, na última sexta.

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A declaração do grupo apareceu em fóruns extremistas, segundo o site Intelligence Group, que monitora sites de militantes islâmicos. No texto, o grupo cumprimenta o "irmão nigeriano aspirante a mártir" por ter sido bem-sucedido ao romper as barreiras de segurança de aeroportos trazendo consigo o que a polícia federal norte-americana diz ser um alto explosivo, cujos componente e detonador estariam parte costurados em sua cueca e parte amarrados ao corpo.

A explosão só não foi efetivada por uma "falha técnica", diz a AQAP, sigla em inglês pela qual o grupo é conhecido, que afirma ter dado o explosivo para Abdulmutallab. Segundo o texto, o atentado é retaliação a ataques aéreos que os extremistas sofreram no Iêmen, no Oriente Médio, onde se suspeita que o nigeriano tenha radicalizado suas visões religiosas. Um dos ataques ocorreu no dia anterior ao embarque do acusado.

Embora não oficialmente confirmada pela Casa Branca, a ofensiva faz parte de iniciativa recente dos EUA de ajudar o go­­verno local a combater os extremistas, que nos últimos anos vêm se instalando no país, vindos do Afeganistão e do Paquistão. A AQAP já comandou ataques no Iêmen e na Arábia Saudita e, em 2004, capturou e degolou um engenheiro norte-americano baseado em Riad.

Os desdobramentos da tentativa de ataque terrorista levaram Barack Obama a fazer um pronunciamento público sobre o assunto. "Não vamos descansar até que todos os envolvidos sejam responsabilizados", disse. "Essa foi uma lembrança grave dos perigos que enfrentamos e da natureza daqueles que ameaçam nosso território."

No discurso, o democrata confirmou que pedira uma "revisão abrangente" do sistema de listas de suspeitos de terrorismo e da tecnologia de revista em aeroportos e avisou que os EUA manteriam "pressão sobre aqueles que querem atacar nosso país." Em férias de fim de ano no Havaí, o democrata e sua equipe tinham tentado diminuir a importância do caso nas primeiras horas.

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A secretária de Segurança Doméstica, Janet Napolitano, e o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, chegaram mesmo a dizer em entrevistas no domingo que o sistema de segurança do país funcionara. Ontem, voltaram atrás. "Nosso sistema não funcionou nesse caso", disse Napolitano. "Ninguém está feliz ou satisfeito com isso e uma revisão abrangente está em andamento."

Segundo o FBI, Abdulmutallab embarcou com o mesmo tipo de explosivo e modo de operação semelhante ao daquele que ficou conhecido como o "terrorista do sapato", que tentou se explodir em dezembro de 2001 durante voo Paris-Miami.