O número de mortos subiu para 23 depois de dois atentados terroristas praticamente ao mesmo tempo em Argel, capital da Argélia, nesta quarta-feira (11). Antes o total era de 17. Já o número de feridos subiu de 82 para 162.
Segundo a Defesa Civil, o atentado que teve como alvo o palácio do Governo deixou 12 mortos e 118 feridos - o número, porém, deve aumentar. Já o atentado contra a delegacia de polícia de Bab Ezzuar, na periferia sul de Argel e próximo ao aeroporto, deixou 11 mortos e 44 feridos.
A apuração de vítimas fatais é provisória, segundo a Defesa Civil, pois alguns feridos levados aos hospitais estão em estado muito grave.
A chamada Organização da Al Qaeda nos Países do Magrebe assumiu a autoria do duplo atentado cometido em Argel, informou a televisão por satélite "Al Jazira".
A emissora assegurou que o grupo terrorista reivindicou o atentado em uma ligação que fez à redação da televisão. Para os serviços de segurança, estes dois atentados têm a marca da organização terrorista Al Qaeda no Magrebe, que antes era conhecida como Grupo Salafista para a Pregação e o Combate (GSPC). Os atentados
No primeiro, o carro-bomba ultrapassou a barreira policial e explodiu ainda no estacionamento do edifício, onde estão instalados vários gabinetes ministeriais, entre eles o do primeiro-ministro.
A forte explosão danificou casas próximas e vários veículos. Vários das dezenas de feridos passavam pelo local na hora do ataque. Devido à explosão, fragmentos espalharam-sem por mais de 200 metros.
Os serviços de segurança estabeleceram um rígido controle na área, que foi isolada.
Os dois atentados aconteceram por volta das 10h45 locais (6h45 de Brasília).
"Vários transeuntes morreram também ou ficaram feridos", disse um dos agentes da Defesa Civil, enquanto envolvia em uma tela o cadáver de um homem destroçado.
Pelo menos oito automóveis que circulavam perto do lugar foram também seriamente afetados e seus passageiros feridos, assim como os imóveis vizinhos à sede oficial.
Resposta
O primeiro-ministro argelino Abdelaziz Belkhadem disse que o atentado contra a sede governamental foi "ato covarde e criminoso".
"É um ato criminoso que mostra a traição e a covardia no momento em que o povo argelino reivindica a reconciliação nacional", disse.
Em fevereiro passado, o grupo Al Qaeda no Magrebe cometeu sete atentados semelhantes na Cabília com um resultado de 12 mortos e 30 feridos.
O problema
Segundo a Carta para a Paz e a Reconciliação Nacional, em vigor desde fevereiro, os muçulmanos que entregaram as armas receberam o perdão presidencial, desde que não estejam envolvidos em assassinatos, atos de sabotagem e ataque terroristas.
Mais de 2.000 pessoas foram libertadas segundo as disposições da Carta e 300 muçulmanos armados se beneficiaram do perdão presidencial.
Os atentados desta quarta-feira aconteceram dois dias depois de um duro confronto entre o Exército e um grupo muçulmano em Ain Defla (oeste de Argel), que matou nove militares. Em Kabilia, região leste do país, as tropas oficiais executam há 20 dias uma operação de rastreamento.
Os atentados de Argel foram registrados um dia depois de outras ações terroristas em Casablanca, a capital econômica do Marrocos, onde três homens-bomba se mataram e um quarto foi executado pela polícia antes de detonar seus explosivos. Um policial morreu na operação.
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