AMÃ - O braço da Al-Qaeda no Iraque, liderado pelo jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, reivindicou a autoria dos atentados suicidas que mataram 59 pessoas em três hotéis de luxo de Amã, na noite de quarta-feira. Abu Musab Al-Zarqawi, por quem os EUA oferecem uma recompensa de US$ 25 milhões, é nascido numa cidade ao norte de Amã, é condenado à morte em seu país pela morte de diplomatas americanos e se tornou a maior pedra no sapato de George W. Bush no Iraque, liderando ataques terroristas de grandes proporções. A Jordânia é um importante aliado dos EUA no Oriente Médio e mantém boas relações com Israel.
Até agora, o país do rei Abdullah havia sido poupada de grandes atentados, apesar de sua proximidade do território iraquiano e de ser um destino turístico popular. Mas as autoridades acreditavam que um ataque extremista de grandes proporções era questão de tempo.
O rei da Jordânia disse nesta quinta-feira que o seu governo vai perseguir os responsáveis pelos ataques:
- Vamos procurar esses criminosos e os que estão por trás deles, e os encontraremos onde quer que estejam - disse o monarca em discurso em cadeia nacional de TV.
Na noite de quarta-feira, em ataques quase sincronizados, duas bombas explodiram enquanto multidões festejavam casamentos nos hotéis Grand Hyatt e Radisson SAS. Uma terceira explosão atingiu o hotel Days Inn. Três dos mortos são os terroristas, que usavam cintos de explosivos. Dois deles entraram nos hotéis e o terceiro detonou as bombas num carro, diante do prédio.
- Perdi meu pai e meu sogro na noite do meu casamento. O mundo tem que saber que isso nada tem a ver com o islã - disse o noivo Ashraf Mohammad, que se casava no Radisson SAS e, como sua noiva, ficou ferido.
A Organização da Al-Qaeda para a Guerra Santa no Iraque disse, num comunicado publicado por um site islâmico, que "um grupo de nossos melhores leões" realizaram os ataques.
"Alguns hotéis foram escolhidos, que o déspota jordaniano transformou em quintais dos inimigos da fé, dos judeus e dos cruzados", diz a mensagem, numa referência ao rei Abdullah. A maioria dos mortos - 33 - e dos mais de 100 feridos, porém, era jordaniana. Os estrangeiros seriam pelo menos 16: cinco ou seis iraquianos, dois ou três chineses, três palestinos, dois baharines, um saudita, um sírio, um indonésio e um americano.
A violência no Iraque forçou muitas agências da ONU e grupos de ajuda humanitária que operam no país a transferirem suas atividades para Amã, onde também vivem 400 mil iraquianos.
"Deixem o tirano de Amã saber que sua proteção aos judeus tornou-se um alvo dos mujahideen (guerreiros da jihad) e seus ataques, e que ele espere o pior", advertiu a mensagem.
Num segundo comunicado na internet sobre o caso, a Al-Qaeda no Iraque disse ter realizado os ataques porque os hotéis eram usados por espiões americanos e israelenses. "Esses hotéis foram escolhidos porque eles se tornaram os locais favoritos para as inteligências americana e israelense e outros governos ocidentais para executar seus ataques invisíveis, que eles chamam de guerra contra o terror."
Apesar de a autenticidade das mensagens do grupo de Zarqawi ainda precisar de comprovação, as explosões levam as marcas da Al-Qaeda. A polícia disse que as explosões foram obra de suicidas, e sua simultaneidade é característica da rede terrorista idealizada por Osama bin Laden.
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